postado em 06/05/2015 09:03
Patrimônio da cidade e modelo de projeto urbanístico de Brasília, a 308 Sul corre o risco de perder um de seus principais elementos: o Laguinho em frente ao Bloco F. Para manter a qualidade da água, onde vivem 100 carpas, há filtros movidos por energia elétrica. No entanto, desde domingo, os equipamentos não funcionam devido ao corte do serviço por técnicos da Companhia Energética de Brasília (CEB). A alegação foi a existência de faturas em aberto. A população reclama, porém, que há, desde 2009, um acordo entre Prefeitura e Administração de Brasília para que esta se responsabilize pelo pagamento da conta de água e energia elétrica.As bombas ficam ligadas ininterruptamente e, uma vez por dia, é feita a aspiração de resíduos sólidos pelo morador Carlos Alberto Macedo, 82 anos. Na segunda-feira, ele não conseguiu executar a tarefa e, ao se informar, descobriu que os cabos do quadro de energia haviam sido rompidos. ;O porteiro contou que os técnicos da CEB vieram aqui, perguntaram onde ficava o quadro e cortaram os fios;, diz. O trabalho de Macedo é voluntário e evita o acúmulo de algas.
;Eu faço porque acredito que temos que nos ocupar. Além disso, é um benefício que se estende a toda a quadra;, afirma. A comunidade também se dispõe a custear a alimentação das carpas e se responsabiliza por reposição da estrutura em caso de depredação ou dano material. ;É parceria, em que o objetivo é melhorar a qualidade de vida. Estamos chateados com a situação, até porque não recebemos qualquer conta da CEB;, afirma a moradora Solange Madeira.
A suspensão do abastecimento de água também está na iminência de ocorrer. Há dois meses, as faturas da Caesb passaram a ser remetidas à Prefeitura da 308 Sul. ;Como a responsabilidade pelo pagamento fica a cargo da administração, a prefeitura não recebia as faturas. Há dois meses, chegaram duas contas: uma de R$ 2,6 mil e outra de R$ 190. Nas duas, aparece o aviso de que há outros débitos. Mas não temos registro das outras, porque antes elas iam para lá;, explica a contadora da prefeitura, Maria do Carmo Neiva. Segundo ela, a administração regional não emitiu qualquer comunicado a respeito da suspensão do acordo e pede a divisão de responsabilidades, por ser uma área pública e tombada. ;Nós lutamos pela conservação desse espaço, que é público;, conta.
Procurada pela reportagem, a administração informou, por meio de nota, que pediu o religamento da energia elétrica à CEB, mas garante que a suspensão do serviço se deveu a uma ;transferência dos medidores para o proprietário; e não a um corte de água ou de energia.
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