postado em 10/05/2015 07:59
Criados como espaços livres para a circulação de todos, hoje, os famosos pilotis de Lucio Costa são alvos constantes de discussão. De um lado, blocos que mantêm as características originais e deixam abertos os ambientes; de outro, grades, blindex, cercas vivas e áreas cada vez mais fechadas. Quem optou por limitar o acesso aos prédios afirma que a cidade está mais violenta e o isolamento é ;questão de segurança;. Em alguns casos, a altura do terreno em relação à rua é a justificativa. Mas quem perdeu a passagem para um bicicletário ou salão de festas queixa-se. Especialistas apontam outras saídas para os problemas e reclamam da falta de fiscalização por parte do Governo do Distrito Federal.O fechamento de pilotis é uma infração urbana e uma agressão ao tombamento da cidade. Para a família Viana, moradora da 107 Norte, representa ainda mais. ;A infância dos meus filhos e netos foi aqui. E, agora, a dos bisnetos também. Aprender a caminhar, andar de bicicleta e outras delícias de ser criança foram todas aqui;, argumenta a matriarca Socorro Vasconcelos Viana, 76 anos. A história com o piloti passou por quatro gerações. A servidora pública Liana Viana Magalhães, 36 anos, acredita que o espaço deve ser utilizado pelos moradores, dessa forma não se torna alvo de grades e paredes. ;Os condôminos precisam descer, trazer as crianças e usufruir da liberdade que os pilotis oferecem. Ao serem ocupados, ninguém vai tomá-los das pessoas;, alerta.
Para o professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Antônio Carlos Cabral Carpintero, o maior responsável pela situação é o GDF. O governo não tem um plano de fiscalização e conservação para a área tombada. ;É preciso fiscalizar para se ter controle do que acontece. As pessoas estão cercando essa área da maneira mais vulgar possível. É uma disputa por espaço tradicional da cultura brasileira. Sobretudo, segregar o uso não é o melhor caminho;, critica.
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