Cidades

Após fechamento de bar, artistas marcam protesto por "barulho cultural"

A manifestação, que está marcada para as 16h, é contra o fechamento de espaços com base na norma e o atraso no pagamento de agentes culturais

Ailim Cabral
postado em 14/05/2015 06:05

Renato Fino, dono de bar, questiona a punição restrita aos comércios

A polêmica da lei do silêncio envolvendo donos de bares e restaurantes de Brasília e moradores de áreas próximas aos estabelecimentos, ganhou novos capítulos. Artistas e produtores culturais da cidade organizam para domingo uma festa na 206 Sul, onde mora a mãe do governador Rodrigo Rollemberg. Além disso, um projeto de lei com o intuito de modificar as disposições da atual legislação, aumentando os limites de barulho, foi protocolado na Câmara Legislativa. O protesto, que está marcado para as 16h, é contra o fechamento de espaços com base na norma e o atraso no pagamento de agentes culturais.

Com o intuito de sensibilizar o governador à causa, a manifestação ocorrerá na 206 Sul, no apartamento da matriarca, dona Teresa, onde Rollemberg e 13 irmãos dele foram criados. No início do ano passado, quando era senador, o chefe do Executivo local expressou contrariedade com a Lei do Silêncio. Agora à frente do Palácio do Buriti, é pressionado por artistas e músicos. ;Queremos cobrar o governo para a legislação ser readequada à realidade da população. Todo o DF quer ter acesso à cultura, quer ouvir música. E música não é barulho, música é arte;, afirma a produtora cultural Tâmara Jacinto. Ela lembra da trajetória de Rollemberg na cidade, sempre ligada à vida noturna da capital. ;Ele podia liderar um movimento para a lei seja revista;, acredita.

Para empresários, a proposta da nova legislação surge como uma vitória. Já para alguns prefeitos e síndicos do Plano Piloto, a mudança é absurda. Empresário, dono de um bar na 408 Norte, Renato Fino é um dos criadores do movimento Quem desligou o som ; hoje intitulado Quem desligou a música. Renato afirma ter alvará para tocar música ao vivo e reclama da proibição. ;Estamos impedidos de exercer nossas atividades por conta de um equívoco da lei;. Ele explica ainda que uma conversa entre um grupo de pessoas já ultrapassa os limites da lei. ;Se pegamos um decibelímetro (aparelho usado para medir os decibéis) e colocarmos em uma missa, por exemplo, ela já ultrapassa a lei. Então, por que só os bares são fiscalizados?;, questiona.

Servidor público e prefeito da 402 Sul, Ricardo Marra, 55, considera a proposta de aumentar de 65 para 75 decibéis o limite máximo de som no período diurno e de 55 para 70 decibéis o limite máximo no período noturno ;um absurdo sem propósito;. Ele afirma que a lei atual foi feita com base em relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e que algo além disso prejudicaria a saúde da população. ;Aumentar esses decibéis é afrontar a nossa saúde e nosso sossego garantido por lei;, completa.

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