Jornal Correio Braziliense

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Viúva de Ernesto Silva doa parte do acervo do pioneiro ao Arquivo Público

São fotos, diplomas e documentos que contam a história do médico que chegou ao Planalto antes de JK para construir Brasília

;Ele foi o Pedro Álvares Cabral de Brasília.; O primeiro diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), Ernesto Silva, não poderia ter sido mais bem definido. As palavras são da viúva dele, a aposentada Sônia Souto Silva, 77 anos, com quem ficou casado por 15 anos. A trajetória do pioneiro ; morto em 2010, aos 94 anos ; está entrelaçada à cidade sonhada por Juscelino Kubitschek, desde antes da inauguração. No início da década de 1950, Silva participou do grupo que planejou a construção de Brasília e, depois de se mudar para o Distrito Federal, dedicou a vida ao progresso e ao crescimento da capital, deixando sua marca do Plano Piloto ao Entorno. A partir deste ano, um pouco dessa história passará a fazer parte do acervo do Arquivo Público do DF (ARPDF). A família do médico e militar se dispôs a doar diversas peças do acervo de Ernesto, como documentos, fotos, diplomas, condecorações e correspondências. A ideia é ajudar a preservar a memória do pioneiro e, com ele, a da cidade. Parte do material também fará parte de uma exposição em comemoração aos 60 anos da Novacap, em 2016.



Contribuição histórica
Para a superintendente do Arquivo Público, Marta Célia Vale, os bens doados pela família são uma grande contribuição para o órgão. Ela explica que as peças cedidas pela viúva serão levadas para o órgão em até dois meses, devido aos outros processos de doação em andamento. ;A partir de então, faremos o inventário, levaremos adiante o resto da burocracia para elaborar o novo acervo privado de Ernesto Silva, que complementará o fundo da Novacap do ARPDF;, completa.

O atual diretor-presidente da Novacap, Hermes de Paula, também comemorou a nova aquisição. ;A história de Brasília se confunde com a da Novacap, e a primeira pessoa que atuou no órgão foi Ernesto Silva. Ele é uma das memória mais antigas que temos da capital;, defende. Ele explica que parte do material doado pela viúva do pioneiro será usado em uma série de exposições previstas para celebrar o aniversário de 60 anos da Novacap, em 2016. ;Estamos planejando um evento grande, com uma mostra bem ampla sobre a construção da cidade, e as peças de Ernesto Silva também farão parte;, detalha. Hermes afirma, ainda, que está sendo estudada a possibilidade de alguns quadros artísticos adquiridos pelo pioneiro ao longo da vida serem incorporadas ao acervo do Museu Nacional.