Cerca de 2 mil crianças da rede pública e de ONGs do Distrito Federal participaram, na manhã desta segunda-feira (18/5), de uma ação federal para celebrar o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. O evento, realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República junto com o Comitê Nacional de Enfrentamento a Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente, aconteceu no estacionamento do Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade, das 9h às 12h.
Dados recentes do Disque 100 da Secretaria de Direitos Humanos mostram que em 2014 houve 2,6 mil denúncias de abuso contra crianças e adolescentes. Esse número tem caído desde 2012, quando o órgão registrou 3.775 ligações.
A programação desta segunda contou com debates, oficinas culturais, caminhada pelo fim da violência, além de tendas de pintura de rosto, cabine de foto com o tema da flor que é o símbolo da luta, apresentação do palhaço Psiu - parceiro da campanha -, e, da banda paulista, Pequeno Cidadão, que trouxe um show educativo aos participantes.
Com o tema ;Faça bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes;, a coordenadora do Comitê Nacional de enfrentamento a Violência Sexual, Karina Figueiredo, explicou que o objetivo do evento, realizado há 15 anos em todas as capitais do país, é mobilizar a sociedade. ;Trouxemos crianças e adolescentes com a intenção de sensibiliza-las e informa-las sobre a questão do abuso e da exploração sexual. É dever nosso, do Estado, levar a reflexão sobre o tema para esses jovens;, explica. ;Este é um assunto que está presente na vida de muitas crianças, mas ainda assim, é muito velado. Precisamos dizer à elas que em qualquer situação de abuso que venham a sofrer, denunciem e contem com o apoio da escola, do governo, e de toda a rede de proteção;, completou.
Combate
A data foi escolhida em referência a um crime ocorrido em Vitória (ES). Em 18 de maio de 1973, a jovem Araceli Crespo, de 8 anos, foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens da classe média alta daquela cidade. Apesar de hediondo, o crime prescreveu impune.
A estudante Yara Vallaree, 17 anos, disse que assim que soube sobre o evento, decidiu participar. ;Acho muito importante o trabalho de combate a violência sexual para garantir proteção a tantos meninos e meninas que sofrem o abuso. Hoje, casos acontecem com frequência. Pretendo fazer faculdade de pedagogia e, por isso, acho que a participação nesse evento pode trazer considerações importantes para a minha futura formação;, relata. Durante o encerramento, balões foram soltos em alusão às vítimas de violência sexual.