Jornal Correio Braziliense

Cidades

DF já registrou 46 casos de racismo e injúria racial neste ano

Entre os casos, 10 são referentes a maio, segundo levantamento do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED)

Em 2015, já foram registrados 46 casos denúncias de injúria racial e racismo no Distrito Federal. Entre eles, dez ocorreram em maio. Os dados são do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação (NED), referentes a cidades como Ceilândia, Águas Claras, Plano Piloto, Núcleo Bandeirante, Lago Norte, Gama e Taguatinga.

De acordo com a pesquisa, seis pessoas sofreram as ofensas no próprio local de trabalho. Segundo o promotor de Justiça Thiago Pierobom, os casos no ambiente profissionais são comuns. "Quando há conflitos envolvendo pessoas negras, o ofensor faz questão de lembrar ao ofendido o seu lugar na cultura racista: de subalternidade. Não é possível tolerar tais atos de discriminação racial", enfatiza. Entre as profissões das vítimas estão pedreiro, porteiro, garçom, auxiliar de limpeza e atendente de lanchonete.

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[SAIBAMAIS]Dos dez casos registrados de maio, apenas um foi caracterizado como racismo, conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. Pela lei, a ação é imprescritível, inafiançável e incondicionada, ou seja, não há necessidade de representação da vítima. Nos demais, segundo o Ministério Público do Distrito Federal, os suspeitos responderão por injúria racial, que consiste em ofender a honra de alguém pela raça, cor, etnia, religião ou origem.

Mesmo que haja diferentes denominações para este tipo de ação, as penas dos crimes de racismo e injúria racial são idênticas. O Código Penal determina entre um e três anos de prisão, além de multa, para quando houver injúria racial. Já a lei anti-racismo engloba os ;crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional;, também com pena de reclusão um a três anos, mais multa.

Racismo no DF

A jornalista brasiliense Cristiane Damacena foi alvo de racismo nas redes sociais ainda neste ano após publicar uma foto no Facebook em 24 de abril e receber uma enxurrada de comentários agressivos. Ela registrou ocorrência no último 30 de abril, na 26; Delegacia de Polícia, em Samambaia, que investiga o caso.

A publicação teve mais de 17 mil curtidas e 12 mil comentários preconceituosos como "Quanto está esta escrava?" e "macaca". Diante da agressão gratuita, internautas se solidarizaram com a jornalista e usaram o mesmo espaço, antes tomado por xingamentos, para ressaltar a beleza de Cristiane e prestar apoio.