postado em 11/06/2015 07:31
A saída de Hélio Doyle do cargo de secretário-chefe da Casa Civil do Distrito Federal causou um misto de surpresa e expectativas entre deputados, sindicatos, base aliada e oposição. Os representantes mencionaram as qualidades do jornalista, mas também fizeram críticas à forma como a pasta foi conduzida nos primeiros seis meses de gestão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB). Sobre o novo nome para assumir a Casa Civil, prevaleceu a dúvida. Os que conhecem o diretor-geral da Câmara dos Deputados, Sérgio Sampaio, reconhecem a competência dele como servidor, porém veem a atuação dele no Executivo como uma incógnita. Para alguns deputados distritais, a saída causou, inclusive, um certo desgaste.Entre os principais motivos para a saída de Doyle, está, segundo ele, a pressão política dos parlamentares. A vice-diretora da Mesa, Liliane Roriz (PRTB), foi à tribuna da Câmara Legislativa, ontem, pedir explicações sobre as acusações de ;lobby; sugeridas por Hélio durante a coletiva. ;Disse que deputados frequentavam o Buriti só para fazer lobby. Então, que ele aponte quais deputados estavam fazendo isso para não colocar todo mundo no mesmo pacote.;
[SAIBAMAIS]Apesar das críticas, a deputada considerou a saída uma perda para o governo. Para ela, a decisão, mostra uma desestabilidade de comando no Executivo. ;Esteve na campanha, levantou a bandeira, e uma saída assim é sempre complicada. O governo terá que se redefinir.; O governador Rollemberg também lamentou a saída de um dos nomes mais fortes da gestão. ;Estou triste. Ele mostrou desprendimento, lealdade e compromisso com o projeto. Ele já tinha tomado a decisão há duas semanas;, relatou.
Durante a coletiva, Hélio afirmou que o senador Cristovam Buarque (PDT) torce para que o governo de Rollemberg não dê certo. Disse que Buarque tem uma fixação por ele há 20 anos, desde quando trabalharam juntos. Hélio foi secretário de Governo durante a gestão de Cristovam, entre 1995 e 1998. O senador rebateu as críticas. ;Por que eu ia querer que não desse certo? Fui fundamental na eleição de Agnelo. Não deu certo. Tive participação, modéstia à parte, muito forte na eleição do Rollemberg. Se o governo não der certo, como vou ficar perante a opinião pública? Quero o sucesso dele.;
A saída de Hélio não aplacou o desentendimento do governador com o PDT. O senador criticou a postura de Rollemberg em tomar mais uma decisão sem consultar o partido ou os aliados. ;Não ouviu ninguém, nem deputados nem o presidente do PDT. Para nós, o problema do governo não é o Hélio, é o comportamento solitário do governador. O nome de Sérgio não foi uma indicação nossa.;
A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), afirmou que a gestão da Casa Civil incomodava toda a classe política. ;Ele (Hélio Doyle) tomou uma decisão pessoal e precisa ser respeitada. Na semana passada, tomei as minhas. Isso também foi respeitado.; Celina saiu da base do governo alegando que havia ;um excesso de petistas na Casa Civil;. Hélio rebateu que todos os profissionais contratados por ele são por competência e que não trocaria nenhum dos trabalhadores por indicações de deputados. ;Ele está tentando minimizar o problema;, alegou Celina.
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