postado em 11/06/2015 17:42
Pesquisa da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) mostra que, de 2000 a 2013, houve aumento no número de brasilienses, cada vez mais jovens, que recorrem ao parto cesáreo em vez do normal. Durante o período, mulheres mais novas escolheram a intervenção cirúrgica como forma de nascimento dos filhos. Os índices da pesquisa"Perfil das mulheres segundo tipo de parto" indica que o percentual de cirurgias no momento de dar à luz passou de 44,20% para 55,53%. Além disso, a idade em que se começa a registrar mais cesáreas é 25 anos, cinco a menos do que em 2000, quando as cesáreas eram aplicadas às gestantes a partir dos 30 anos.
O levantamento revela que mulheres não-negras, de classe média e com mais de oito anos de estudo foram as que mais procuraram o procedimento. Já as mulheres negras, de baixa renda e com até oito anos de estudo são as que mais optaram pelo parto natural. No Entorno do DF, por sua vez, os partos naturais ainda superam os cesáreos, mas por pouca diferença. Em 2013, a chamada Periferia Metropolitana de Brasília registrou 54% de normais contra 46% de cesáreas.
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As taxas de cesáreas estão bastante acima do que a Organização Mundial de Saúde recomenda de índice (15%). O motivo para isso seria uma questão cultural, de acordo com a técnica responsável pela pesquisa, Ana Boccucci. "É uma questão cultural, de que o parto normal traz sofrimento e dor. Precisamos desfazer isso", afirma.