postado em 12/06/2015 17:25
Há uma semana, pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) no Distrito Federal enfrentam um problema: não encontram o medicamento necessário para o tratamento da doença na Farmácia de Alto Custo, no subsolo da Estação 102 Sul do Metrô. O administrador Eron Carlos da Costa está preocupado com o estado de saúde do pai, o aposentado Osmar Soares da Costa, 72 anos, que não tem o remédio desde o fim de maio, quando a última caixa do medicamento terminou.
O idoso foi diagnosticado com ELA há pouco mais de três meses e logo começou a ser medicado com o Riluzol - o remédio custa em média R$ 1.240, mas é distribuído gratuitamente no Brasil. O filho dele teme que, com a interrupção da medicação, os sintomas avancem mais rápido. "Ele parece bem mais fraco e debilitado. O que a gente sabe é que o remédio é o único meio que pode estabilizar a doença", disse. "Ele não tem mais força no braço e, esta semana teve uma queda e perdeu um dente", completou.
Para ter acesso aos remédios, os pacientes precisem atualizar o cadastro a cada três meses, com um laudo médico. Osmar já tem o documento, mas não consegue obter o remédio. "Na farmácia só nos dizem que está em falta, mas não nos dão um prazo. Nós precisamos ao menos saber quanto tempo irá demorar para termos o remédio, porque se for demorar muito a gente tenta vender um carro porque ele precisa do Riluzol todos os meses", disse o filho Eron.
De acordo com a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (ABRELA), a patologia é uma das principais doenças neurológicas, ao lado do Parkinson e do Alzheimer. Mais comum em pessoas entre 55 e 75 anos, a ELA é um distúrbio progressivo que envolve a degeneração do sistema motor das pessoas. "Quando o paciente tem os primeiros sintomas, mais de 80% dos neurônios motores já foram perdidos".
Em nota, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal admitiu que não tem a medicação para os pacientes com ELA há uma semana e afirmou que a entrega está programada para a quarta-feira da próxima semana (17/6).