Cidades

Faculdade Dulcina de Moraes luta para sobreviver a falhas de gestão

A única instituição de ensino superior especializada em artes do Brasil sofre com falhas administrativas e tenta se reerguer por iniciativa de grupo de trabalho. A partir de hoje, o Correio publica série de reportagens sobre brasilienses que se dedicam a preservar a cidade

postado em 14/06/2015 07:38
A única instituição de ensino superior especializada em artes do Brasil sofre com falhas administrativas e tenta se reerguer por iniciativa de grupo de trabalho. A partir de hoje, o Correio publica série de reportagens sobre brasilienses que se dedicam a preservar a cidade

Atolada em dívidas após uma série de gestões desastrosas, a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes sobrevive graças à dedicação, algumas vezes 100% voluntária, de alunos, professores e funcionários. A instituição, uma das mais importantes do teatro, com uma sala projetada por Oscar Niemeyer e um dos maiores acervos da quinta arte, foi dilapidada por uma sequência de administrações que impediram vestibulares e não prestavam contas ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Desde julho de 2013, um grupo de professores e ex-alunos, com administradores designados pelo próprio MPDFT, luta para manter as portas abertas.

Assim como a Faculdade Dulcina, existem espaços que fazem parte da história da capital federal mantidos em funcionamento apenas porque há brasilienses que lutam para preservar a identidade da cidade. A partir de hoje, o Correio publica uma série de reportagens mostrando o trabalho dessas pessoas. As dívidas da faculdade de artes, por exemplo, chegam a R$ 13 milhões. A principal estratégia para saná-las é o projeto Brasília por Dulcina (leia Para saber mais), no qual empresários locais se inscrevem para bancar bolsas de estudos no valor de R$ 764. Os beneficiados são alunos de programas sociais. Os valores arrecadados serão utilizados, principalmente, para pagar salários atrasados de professores e funcionários. Quando a instituição estiver com a situação financeira equilibrada, ficará adequada à Lei Rouanet e poderá receber recursos públicos para projetos e abrir cursos.

Na frente de batalha contra a crise, está uma ex-estudante da Faculdade Dulcina e diretora de Produção da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), Julie Wetzel. Ao lado do administrador judicial Marco Antônio Schmitt, da atriz Lyvian Sena, da diretora da instituição, Ana Cláudia Pinheiro e de outros funcionários, ela se dedica a pagar as dívidas, gerar lucro e manter a estrutura em funcionamento. Eles chegaram a tocar o estabelecimento com a eletricidade cortada por falta de pagamento. ;Como aluna, eu já me envolvia com os trabalhos da instituição. A antiga administração era distante dos alunos. Em 2013, no último semestre, ficamos sem energia. Passamos por muita coisa entre 2013 e 2014. Foi muito difícil. Agora, olho para a frente, para o que precisamos de fazer hoje e amanhã;, afirma Julie.

Irregularidades
A faculdade chegou a ter mais de 2 mil alunos e 11 cursos superiores. Atualmente, resume-se a três graduações ; artes cênicas, artes plásticas e música ; e a cerca de 200 estudantes. A gestão consegue pagar os salários do corpo docente, apesar do atraso. Mas depende de doações de todos os tipos para manter a estrutura. ;Quando começamos a luta para reverter a situação em que nos colocaram, oferecíamos espaço para artistas da cidade e, em vez de pedir dinheiro, pedíamos uma contrapartida. O que pudessem oferecer, oficina, manutenção ou material para divulgação. Mostramos que o Dulcina estava vivo e continuamos com as nossas programações;, relata Julie.

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