Uma escola, alguns alunos e uma boa ideia. Essa soma pode mudar muita coisa. No caso do Centro de Ensino Médio 01 (CEM-01), no Paranoá, 20 estudantes estão fazendo a diferença depois de aprender informática. Com um empurrão do Instituto Illuminante, por meio do projeto Young Coders ; Jovens Programadores, em tradução livre ;, eles estão estudando a fundo tecnologia da informação (TI) e terão, ao fim do programa, condições de ensinar outras pessoas. Mas, por enquanto, o resultado da primeira etapa é a criação do site oficial da escola, apresentado, ontem, pelos próprios aprendizes, futuros experts em tecnologia.
Os jovens usaram as melhores roupas, com direito até a camisa e gravata. E toda essa beca não era à toa. Os garotos apresentariam ao público, pela primeira vez, sua criação. Não foi fácil. Muitos nem sequer tinham conhecimento básico de informática. Foram três meses de aula. Dois meses aprendendo HTML e CSS ; linguagens para montagem de sites ;, e outros 30 dias desenvolvendo as páginas na web. ;Não sabia nada de informática. A única coisa em que mexo é WhatsApp, até tenho Facebook, mas não entro muito. Eu não tinha nenhum conhecimento e, hoje, me sinto orgulhosa. E digo isso por todos nós, pois não tínhamos noção do que poderíamos fazer;, resumiu Karina Torres Rocha, 16 anos, estudante do 2; ano.
A jovem trabalhava como estagiária de telemarketing antes do projeto. Chegou a conciliar os dois, mas percebeu que estava se prejudicando. Decidiu abrir mão do emprego. Karina e os outros 19 adolescentes foram escolhidos após um processo seletivo dentro da própria escola. Contaram pontos o desempenho, as notas e o perfil de cada um. Todos os 20 alunos recebem uma bolsa de incentivo, no valor de R$ 250, mensais. Segundo o vice-diretor de CEM-01, Samuel Wvilde, fora o Young Coder, outros dois projetos de informática já passaram pela escola. ;Quando nos foi apresentada essa oportunidade, abraçamos na hora. Temos um laboratório com computadores, mas, muitas vezes, fica ocioso, porque não há profissional na rede para ministrar as aulas. E essa é uma chance para a comunidade, que é carente. Tanto financeiramente, quanto de oportunidades;, avaliou.
O site ; www.cem01-paranoa.com.br ; já está no ar e conta com informações para pais, alunos e professores. Tem dados sobre o desempenho escolar dos meninos e das meninas; espaço para os pais darem sugestões e fazerem críticas; e até a publicação de videoaula, para que os próprios alunos possam rever determinadas matérias; além do calendário acadêmico. A página oficial da escola disponibiliza ainda o perfil dos professores, uma biblioteca virtual e links úteis para facilitar a vida do internauta. E, agora, depois de criado, o site continua sendo alimentado pelos alunos. A ideia é que os jovens possam trabalhar na área de informática ou usar o que aprenderam para dar suporte em outros tipos de profissão.
Lucas Stanley, 18 anos, por exemplo, já tinha trabalhado com programas de informática. Apesar da familiaridade, não sabia muita coisa de programação e sistemas de TI. ;Eu sempre procurei um curso desses para fazer. Quando soube, as vagas já tinham sido encerradas. Mas fiquei em uma lista de espera e consegui. Nunca imaginei que para montar um site precisava entender tantos códigos, números e detalhes. Foi difícil, mas conseguimos. E, hoje, é gratificante ver funcionando;, afirmou. ;Talvez não trabalhe com isso, mas será fundamental para qualquer outra profissão;, concluiu o jovem.
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