Cidades

Na contramão da crise, brechós vendem até 40% a mais do que no ano passado

Mulheres que não abrem mão de renovar o guarda-roupa, mesmo com pouco dinheiro, aquecem esse mercado

postado em 26/07/2015 07:18
Em tempos de crise, o melhor conselho dos especialistas é economizar. Não fazer dívidas e manter o orçamento equilibrado é fundamental. Mas, principalmente para o público feminino, fica difícil abrir mão de uma roupa nova, uma bolsa da coleção atual ou um presente. Como o dinheiro está mais curto, mas há quem não abra mão de uma novidade, os brechós ganham força no período de recessão. Oferecendo peças de grife até 70% mais baratas em relação a uma nova, essas lojas apresentam crescimento nas vendas. Em Brasília, tem comerciante faturando mais de 40% em relação ao ano passado. O aumento de clientes oferecendo roupas usadas ou mesmo nuncas usadas, por questões como uma numeração errada, também ajuda a aquecer esse modelo de negócio.

A empresária Jane Marrocos (E) é cliente e fornecedora de roupas e calçados seminovos da loja administrada por Yana Flores Pedrosa

Os brechós, portanto, dão dinheiro não só a quem vende as peças usadas. Muitos trabalham com consignação. Ganha quem é dono da peça, ganha o dono da loja, que vende a mercadoria sem precisar investir em estoque. Alguns lojistas preferem comprar as roupas e os acessórios que vão vender. Compram barato, vendem barato e ainda têm lucro. Mas o parâmetro do barato depende da marca. O ideal é que o produto custe menos da metade do que seria um exemplar novo. Nesse caso, ele sai muito mais em conta, independentemente do quanto vale.

Funcionando em uma das quadras mais movimentadas do Sudoeste, desde 2012, o Choose Vintage é um dos brechós que comemora o momento. Ele vende peças seminovas de marcas como Gucci, Fendi, Channel, Dior, Prada, Daslu, Cris Barros e Adriana Barra. Um vestido da marca Barbara Bela ; grife mineira de vestidos de festa com bordados ultrassofisticados ; que custou R$ 12 mil à primeira dona, está à venda por R$ 950. ;As vendas melhoraram muito, muito mesmo. Antes da crise, a cliente vinha, mas algumas ainda questionavam o valor. Porém, hoje, com as dificuldades, e por saber que uma nova fica inviável, ninguém questiona mais. Minhas vendas subiram mais de 40%;, afirma a proprietária do estabelecimento, Yana Pereira Bastos Flores Pedrosa, 27 anos.



Segundo Yana, 40% dos produtos do brechó ainda estão com etiqueta e são repassados por um valor bem mais em conta. ;Aumentaram também a quantidade e a qualidade dos fornecedores. Estamos com três bolsas da Gucci, da coleção de verão, compradas há pouco tempo em Milão (Itália). A dona comprou, mas sentiu a crise aqui no Brasil e vendeu. Para nós, está sendo ótimo;, comemora a empresária.

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