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A um dia da decisão sobre o veto ou sanção do projeto de lei que proíbe o Uber em Brasília, um motorista cadastrado no aplicativo foi encaminhado à delegacia após tentar embarcar um passageiro no Aeroporto Internacional de Brasília. Um taxista fez a denúncia e chamou a Polícia Militar. A profissional verificou os documentos de Albert Biato, 34 anos, o motorista do carro preto e viu que eram legítimos. Mas o permissionário entrou em contato com funcionários da Secretaria de Mobilidade, que foram até o local e encaminharam o motorista à 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul).
Lá, o taxista que fez a denúncia e duas profissionais da Semob abriram um boletim de ocorrência contra Biato, por exercício ilegal da profissão. O carro não foi retido e ele não foi autuado. "A PM reteve os meus documentos e disse que eu poderia ir para a delegacia por bem ou coercitivamente", conta o motorista.
O bate-boca foi gravado em mais um vídeo que circulou em aplicativos de troca de mensagens. A relação conturbada entre as categorias é evidenciada mais uma vez na acalorada discussão entre dois homens que prestam os serviços diferentes: ambos debatem com celulares em punho. O passageiro também foi forçado a descer do carro de transporte executivo, como ocorreu em vídeo registrado dois dias antes, durante protesto de taxistas em Brasília. Nas imagens desta quarta-feira (5/8), o permissionário iniciou a gravação do vídeo alegando que o serviço era ilegal. ;A gente foi autorizado a chamar a polícia e o Detran. Você é ilegal, é passageiro irregular. Já deu duas voltas por aqui, não pode;, atacou.
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O motorista do Uber, que também registrou tudo em vídeo, rebateu: ;Não sou ilegal, a lei só será votada amanhã;. Biato contou que após o bate-boca, houve uma pressão dos taxistas e os funcionários da Semob chegaram. ;Eles fizeram umas 10 ligações e me levaram para a delegacia, disseram que tinham de aprender o carro. Chegando lá, prestaram uma queixa ao dizer que estava exercendo a profissão ilegalmente;, completou. De acordo com o motorista, o advogado da empresa acompanhou todos os trâmites na delegacia.
Por meio de nota da assessoria de imprensa o Uber informou que a empresa não concorda com esse tipo de autuação "porque o serviço prestado pelo motorista parceiro da Uber não é de táxi". "Acreditamos que os parceiros têm que ter seus direitos constitucionais de trabalhar (exercício da livre iniciativa e liberdade do exercício profissional) preservados", diz a nota.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Mobilidade, mas até a publicação deste texto ainda não havia recebido resposta.
(Colaborou Breno Fortes)