Cidades

Marcha das Margaridas cobra reforma agrária e fim da violência

Militantes de todos os estados pressionam Congresso e Planalto na 5ª marcha do movimento

postado em 12/08/2015 14:46

Militantes de todos os estados pressionam Congresso e Planalto na 5ª marcha do movimento

Mulheres das áreas rurais de todos os estados se reuniram em frente ao Congresso Nacional para cobrar reivindicações na Quinta Marcha das Margaridas. A estimativa das organizadoras é que 70 mil pessoas estiveram reunidas na Esplanada dos Ministérios na manhã de hoje. Elas saíram às 9h da manhã do Estádio Mané Garrincha e finalizaram a caminhada por volta das 11h.

O grupo luta pelo enfrentamento a violência no campo, acesso pleno a serviços de saúde e educação e assentamento específicos para mulheres em área rural, dentre outras pautas. Foi entregue aos parlamentares um documento com 23 propostas em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal defendidos pelo movimento. O grupo critica ainda projetos aprovados recentemente, como o Marco da Biodiversidade, que segundo os manifestantes, prejudica conhecimentos tradicionais de comunidades.

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Durante sessão solene no Plenário do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que presidiu o evento, ressaltou que a marcha abre os espaços políticos de participação de grupos tradicionalmente excluídos do debate. "É a perda do manto da invisibilidade que cerca a mulher do campo", afirmou. Cerca de 200 manifestantes estiveram presentes na sessão.

Militantes de todos os estados pressionam Congresso e Planalto na 5ª marcha do movimento

A parlamentar defendeu a votação da Proposta de Emenda à Constituição que estipula cota de para mulheres nos órgãos legislativos de todos os níveis federativos. O texto deve ser votado em primeiro turno na tarde de hoje no Plenário do Senado. Manifestantes nas galerias apoiaram a proposta. ;Reforma política tem que acontecer. Eu quero ver o povo e as mulheres no poder;, gritaram.

Apoio à presidente

Os manifestantes se reúnem na tarde de hoje com a presidente Dilma Rousseff. Em um momento que o Planalto busca uma aproximação com os movimentos sociais a fim de apaziguar a crise política, o apoio do movimento à petista é restrito. "Ela representa o projeto político que nós defendemos, acreditamos e ajudamos a construir. Nesse aspecto ela tem o nosso apoio", afirmou Rita Serra, uma das coordenadoras da marcha.

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A manifestante deixou claro que um dos objetivos da vinda à Brasília é pressionar pelo cumprimento das reivindicações. De acordo com ela, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, deu uma sinalização positiva quanto aos assentamentos, durante a abertura da Marcha ontem. ;A expectativa é que a presidenta estará se comprometendo com a marcha e nesses dois anos de mandato que resta ela deve estar assentando todas as pessoas que estão acampadas;. A estimativa é que 120 mil pessoas aguardam assentamento no país.

Rita Serra criticou os pedidos de impeachment e chamou de golpe algumas tentativas para tirar a presidente do poder. ;Não aceitamos de forma alguma. Sofremos muito em imaginar que poderia existir essa possibilidade;, afirmou. Ela destacou que Dilma tem sido vítima de atos de violência contra a mulher e citou como exemplo o adesivo que circulou há poucos meses que simulava a petista sendo violentada sexualmente. ;Qualquer mulher brasileira que tem consciência social e política que via aquele adesivo não via a Dilma ali. A gente se via naquela adesivo, numa situação humilhante, vexatória onde a gente via claramente uma campanha de estímulo ao estupro;, completou.

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