"O esplendor da medicina de Brasília, na sua primeira década de existência, graças à tenacidade e à qualificação de seus profissionais, não conseguiu vencer nossa cultura, que comodamente preferiu modificar o modelar Plano Médico Hospitalar de Brasília em vez de corrigir eventuais desvios de seus objetivos e erros."
O texto acima está no livro A saga da Fundação Hospitalar do Distrito Federal, de Ernesto Silva. O pioneiro reuniu depoimentos de diversos médicos que vieram para organizar a saúde na nova capital. Cinquenta e cinco anos depois, o atendimento, que já foi referência no Brasil, chegou a um nível de sucateamento tal que resultou em dois secretários da área em menos de sete meses ; e um terceiro que chegou a ser convidado, mas não aceitou. Os acertos do início da vida de Brasília não tiveram continuidade, e hoje a população sofre com filas, falta de profissionais e de medicamentos e o destrato com a rede pública.
O Correio entrevistou três pioneiros que viveram aqueles primeiros momentos. Eles concordam que o plano inicial para o sistema de saúde de Brasília tinha as principais condições para atender a população de maneira satisfatória. No entanto, com o passar dos anos, algumas questões, como o fluxo intenso de pessoas de fora sendo atendidas nos hospitais da cidade, a falta de uma verba específica para a saúde, a terceirização de alguns serviços e a má administração, desvirtuaram a proposta original. "Nossa verba vinha do governo federal. Brasília ainda não tinha se consolidado. Hoje, é preciso usar recursos próprios", relembra o médico e clínico geral Célio Menicucci, 84 anos. Célio foi secretário de Saúde durante o governo de Ronaldo Costa Couto.
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