Construídas por empresas do setor imobiliário interessadas em atrair moradores para o bairro, seis trilhas foram inauguradas, ontem, no Parque Burle Marx, no Noroeste. As pistas, que seguem pela Asa Norte, onde três delas se juntam, têm 1,20m de largura e 4,5km de extensão. Ao longo delas, não há iluminação nem equipamentos para segurança e conforto dos usuários, como banheiros.
A falta de infraestrutura é o principal problema do setor. Ele não tem calçadas nem rede pluvial eficiente, por exemplo. O governo local fez uma licitação de mais de R$ 30 milhões para melhorias no Burle Marx, porém foi embargada pelo Tribunal de Contas (TCDF) no início de 2014. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB), presente na solenidade de inauguração das trilhas, ontem de manhã, assinou ordem de serviço para instalação de iluminação pública no parque.
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Moradores do bairro aproveitaram a oportunidade para cobrar mais investimentos em todo o bairro. A falta de sinalização e de linhas de ônibus na região foram algumas das reivindicações. ;A Administração do Plano Piloto está providenciando uma solução para esses problemas pontuais. Sobre o Burle Marx, é um espaço excelente que vamos seguir trabalhando para revitalizá-lo;, prometeu Rollemberg, sem falar em prazos e valores. Está em estudo a concessão do parque para a iniciativa privada.
O presidente da Terracap, Alexandre Navarro, prometeu, mês passado, investimentos no parque, como a construção de ciclovias, calçadas e quadras de esporte. Isso, no entanto, em um espaço equivalente a um terço do parque. No restante, o GDF não pode mexer devido a um conflito judicial. O MP recomendou o fechamento de uma pista de pouso administrada pela Associação de Pilotos de Ultraleves de Brasília (Apub).
Os moradores sonham com um parque desde 2012, quando o primeiro prédio do Noroeste foi inaugurado. O GDF fechou um acordo de R$ 32,8 milhões com a JM Terraplanagem para executar pavimentação asfáltica e meios fios das vias e dos estacionamentos do parque, construir as ciclovias e calçadas, instalar sinalização viária, e fazer drenagem. Em 2014, o contrato foi embargado, quando R$ 20,8 milhões já haviam sido repassados à empresa. O TCDF apontou superfaturamento de R$ 11,2 milhões.