Cidades

Massacre da Estrutural: 11 policiais militares vão a júri nesta semana

A ação, realizada durante a Operação Tornado, aconteceu em agosto de 1998 e terminou com confrontos entre a polícia e a comunidade local. Dois moradores da região morreram

postado em 24/08/2015 07:48
O julgamento dos policiais militares acusados de homicídio durante uma operação para desocupar a área da antiga Estrutural começou na manhã desta segunda-feira (24/8) ; 17 anos depois da morte de Luciano Pires Aquino, Milton de Sá e Regina Célia do Nascimento, da tentativa de assassinato de Roberto José dos Reis Filho e do ataque a Rosita Maria Gomes.

Das 47 testemunhas requisitadas inicialmente, apenas 25 serão ouvidas em juízo. O número de réus também diminuiu: passou de 12 para 10. Um dos acusados morreu, e outro foi absolvido e tornou-se ;impronunciável;. Serão cinco dias de julgamento até que o conselho de sentença, formado por sete pessoas, decida o destino dos agentes de segurança. Caberá ao juiz, contudo, definir a possível pena.



Em agosto de 1998, os PMs Daniel de Souza Pinto Júnior, Luiz Henrique Fonseca Teixeira, Carlos Chagas de Alencar, Rodrigo Moreira de Souza, Antônio da Costa Veloso, Francisco Alves de Lima, Vangelista Pereira de Sousa, Cássio Marinho, Márcio Serra Freixo e Eduardo Araújo de Oliveira, a serviço da corporação, teriam praticado um homicídio simples, dois qualificados, uma tentativa de homicídio qualificado, e uma lesão corporal grave.

Apenas um homem sobreviveu às investidas da polícia. Trata-se de Roberto José dos Reis Filho, o Azul, que levou um tiro no maxilar e foi enterrado vivo. Durante os quase 20 anos em que esperava o julgamento dos PMs, ele permaneceu escondido na fazenda do deputado distrital José Edmar (PR) ; conhecido por militar em prol dos moradores da Estrutural desde a década de 1990.

Todos os crimes teriam sido cometidos durante a Operação Tornado. Inicialmente anunciada como ação policial de combate à falta de segurança na Estrutural, a intervenção foi considerada criminosa pelo Ministério Público. E teve, como motivação, vingança. PMs teriam se reunido para compensar a morte de um colega da corporação, assassinato com um tiro por um dos moradores da região.

Aproximadamente 1,5 mil policiais militares participaram da operação. O episódio ficou conhecido como ;Massacre da Estrutural;.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação