Cidades

Pacientes aguardam na fila para conseguir atendimento especializado em casa

O serviço oferece qualidade de vida a casos de alta complexidade, é mais barato do que a internação hospitalar, mas sofre com baixo investimento. GDF quer ampliar o total de leitos

Especial para o Correio, Otávio Augusto
postado em 30/08/2015 08:07


Foram necessários mais de quatro meses de espera até Salvador Lopes Galvão, 57 anos, conseguir uma vaga de home care pela Secretaria de Saúde. Ele recebeu o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica (ELA) há um ano e seis meses. Internado em uma unidade de saúde depois de passar mal e realizar duas cirurgias para usar uma sonda e respirar com a ajuda de aparelhos, Salvador permaneceu no hospital, mesmo com a alta médica. Tudo porque faltava vaga no serviço, que garante um enfermeiro de plantão na casa do paciente, além de equipamentos específicos para o tratamento.

Diferentemente do home care, a internação domiciliar não conta com máquinas nem com ajuda profissional cedidas pelo governo. A implantação ocorreu de forma pioneira na capital federal, em 1994 ; antes de a portaria do Ministério da Saúde referente ao tema ser publicada, há quatro anos. O home care é mais novo, funciona no DF há três anos, sob o custeio do Ministério da Saúde e da Previdência Social. Esse atendimento garante conforto a pacientes de alta complexidade, mas enfrenta dificuldades.

O número de leitos ; atualmente, 40 em todo o DF ; se mostra insuficiente. A fila de espera tem 28 nomes, sem previsão de atendimento. A Defensoria Pública, de janeiro a julho, atendeu 75 pedidos de home care. As famílias também precisam cumprir determinadas regras para conseguir o benefício. O Serviço de Atenção Domiciliar de Alta Complexidade recomenda que a casa do paciente tenha condições mínimas para funcionar dentro das normas de tratamento intensivo. Uma das exigências é espaço para receber um técnico de enfermagem e aparelhos, além de assinar um contrato com a Companhia Energética de Brasília (CEB) para manter a residência imune a quedas no fornecimento.

A Secretaria de Saúde quer aumentar para 60 o total de leitos, criar 80 unidades de cuidado intensivo ; trata-se do mesmo atendimento de home care, mas sem a ventilação mecânica. Por dia, a pasta desembolsa R$ 35 mil com o serviço especializado. Mesmo assim, para o GDF, sai 70% mais barato manter a internação em domicílio. Apesar das vantagens, ainda não há prazo para os avanços.

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