Cidades

Mulheres de várias idades dedicam-se à vida religiosa no DF

São centenas de freiras em diferentes cidades

postado em 13/09/2015 07:30

Irmã Eliene:

Houve um tempo em que mulheres nasciam com trajetória quase sempre determinada: casavam-se e cuidavam dos filhos e da casa, sem perspectivas de almejar algo fora do padrão. A religiosidade costumava ser imposta mais frequentemente. O mundo evoluiu e hoje busca-se, além da igualdade de direitos entre os gêneros, liberdade para desenhar o próprio destino, no qual a mulher possa ter visão mais ampla de suas capacidades. Elas são cada vez mais livres para escolher. Entre as opções, há quem decida dedicar a própria vida a Cristo e se entregar integralmente a Deus.

A trajetória dessas mulheres em nada lembra a história das mocinhas de novela enviadas aos conventos pela família por obrigação ou para serem punidas. Atualmente, na maioria das vezes, elas tomam a decisão por conta própria. Enfrentam a família e ;se casam com Deus;, para viver uma vida de oração. No Distrito Federal, existem 59 congregações femininas ; 25 a mais do que em São Paulo, por exemplo ;, com diferentes carismas. Elas desejam mostrar ao mundo que a vida religiosa pode ser uma rotina de paz, amor e fraternidade.

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Elas garantem ser felizes. Estão realizadas com o caminho que escolheram. Isso inclui as irmãs de clausura, que escolheram viver exclusivamente para Deus, em constante oração, afastadas do mundo externo. Na Espanha, onde a prática é mais comum, os Carmelos, onde elas vivem, são lugares de paz e alegria. O sorriso das freiras enclausuradas nos conventos passa a mensagem de que não há tristeza. ;Não somos solteironas infelizes. Somos mulheres que dedicam a vida a uma causa, a Deus. Como tudo na vida, quando dizemos sim a uma coisa, consequentemente, dizemos não a outras tantas. Não somos frustradas ou deprimidas;, afirmou a integrante da consagração Irmãs Paulinas, irmã Maria Eliene Pereira de Oliveira, 48 anos. A Irmãs Paulinas são do carisma da comunicação. A missão delas é anunciar e levar o evangelho ao maior número de pessoas possível.

Irmã Eliene foi doutrinada na religião pelos próprios pais, catequizada e crismada por eles, em casa. Mesmo assim, teve de esperar oito anos para que o pai aceitasse sua vocação. O primeiro chamado vocacional foi aos 16 anos. ;Morávamos em Tucuruí, no Pará, em uma vila residencial de pessoas que foram para lá construir uma hidroelétrica. Tínhamos de tudo. O apelido de lá era gaiola de ouro. Havia acesso à educação e à saúde, mas era uma ilusão. Do lado de fora, não era assim para todo mundo. Isso me incomodou. Queria saber quem levaria a palavra de Deus para aqueles que estavam do outro lado;, explicou irmã Eliene. Aos 16 anos, ela formou a primeira turma de crianças para catequizar. Apesar de fazer o que tanto desejava, irmã Eliene queria mais. ;Precisava dizer ao mundo que existia um Deus que os amava. Um padre chegou a dizer que era coisa de adolescente, que passaria, mas não passou até hoje. Só aumenta;, lembra a freira, em tom bem-humorado.

[SAIBAMAIS]

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