Jornal Correio Braziliense

Cidades

Fim de semana foi de reuniões no GDF para buscar soluções orçamentárias

Faltam R$ 600 mi para fechar contas. Medidas devem ser anunciadas nos próximos dias

O núcleo central do GDF está reunido desde sábado (12/9) na Residência Oficial de Águas Claras a fim de encontrar meios para ampliar a arrecadação do governo e garantir o pagamento em dia dos funcionários públicos até o fim do ano. O Executivo local precisa de R$ 600 milhões no caixa para evitar atraso salarial e, consequentemente, uma greve geral do funcionalismo, como ameaçam sindicatos, caso os vencimentos não caiam na conta do servidor na data prevista. Conforme o Correio antecipou ontem, a equipe econômica do Palácio do Buriti prepara medidas duras para sair do atoleiro: não está descartado aumentar tarifa de ônibus, elevar o preço dos Restaurantes Comunitários, cortar cargos comissionados e até demitir concursados.

Ontem, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) esteve no Sol Nascente, no Mutirão da Cidadania. Em seguida, em evento no Memorial JK, evitou antecipar quais medidas devem ser anunciadas no começo da semana. Questionado se a população pagará a conta para o governo sair da crise, ele despistou. ;Não é questão de remédio amargo. São ações necessárias que precisam ser tomadas para garantir o equilíbrio fiscal do DF;, argumentou. Ele evitou comentar se haverá aumento de impostos, além dos que já foram enviados para a Câmara Legislativa. ;Recebemos a máquina pública com um rombo de R$ 3 bilhões. Precisamos cortar gastos e ampliar a receita, como temos falado desde o início do ano;, disse.

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De acordo com Rollemberg, a penúria vivida pelo GDF é inédita na história da capital. ;Não podemos mais viver em um quadro de irresponsabilidade. Este mês, quando pagamos os salários no quinto dia útil, ficaram apenas R$ 1,2 milhão na Conta Única do Tesouro. E isso é muito pouco para os compromissos que temos;, explicou.

Cortes
No anúncio desta semana, além de um corte de 20% de cargos comissionados, deverá ser oficializada uma reforma administrativa no governo. Haverá redução de secretarias ; fala-se em diminuir as atuais 24 pastas para 20, 16 ou 11. Algumas áreas devem ser fundidas. Apesar de não haver decisão, nos bastidores especula-se, por exemplo, que Turismo, Esporte e Cultura podem passar a ter o mesmo chefe. Mulheres, Criança, Idoso e Direitos Humanos podem ir para uma supersecretaria de Justiça. Há governistas que apostam na fusão da Casa Civil com Relações Institucionais. Ciência e Tecnologia pode ir para o segundo escalão da Educação ou do Desenvolvimento Econômico.