Os sem-teto que há três dias ocupam o St Peter Hotel, no Setor Hoteleiro Sul, estão decididos a ficar no prédio, mesmo com a decisão judicial que determina a restituição da posse. A terça-feira ficou marcada por abastecimento de alimentos e água para os invasores ; uma Land Rover entregou marmitas no estabelecimento ;, além de manifestações de apoio de estudantes da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre (Anel). Por volta das 12h, um grupo lançou dois coquetéis molotov da área da piscina, além de soltarem rojões e entoarem gritos de ordem.
Diante da insistência das cerca de 450 famílias do Movimento Resistência Popular (MRP) em permanecer no local, a Polícia Militar traça estratégias para liberar o prédio. PMs estiveram no endereço para estudar a planta do edifício, as rotas de entrada e saída e a organização da tropa. O plano de ação da corporação está pronto, mas a retirada dos manifestantes envolve a participação de outros órgãos do governo, inclusive o Conselho Tutelar, em razão da quantidade de crianças: 90.
Às 9h de ontem, uma reunião na Casa Militar do GDF serviu para discutir o planejamento da ação. Estavam presentes os advogados dos proprietários do hotel e representantes da Procuradoria-Geral do DF, da Secretaria de Relações Institucionais e da Polícia Militar. A expectativa é de que a operação ocorra hoje.
Durante a estadia no St Peter, as famílias aproveitam as instalações de luxo. Na varanda dos quartos, alguns tiram fotos com a imagem da Esplanada dos Ministérios ao fundo. Na copa, preparam o almoço. O Correio teve ontem acesso ao hall, onde há bitucas de cigarro e latas de suco espalhadas. Sofás e cadeiras são usados para descanso e cochilos. Há, ainda, bebidas e guloseimas. Segundo um dos coordenadores do movimento, Edson Silva, os alimentos são trazidos de fora, inclusive o gás para fazer a comida. Garantiu que as instalações são preservadas e disse desconhecer o coquetel molotov. À tarde, houve um incidente: uma mulher do MRP se machucou ao descer as escadas do hotel. Socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a transportaram para o hospital.
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