Adriana Bernardes
postado em 16/09/2015 06:43
A reação dos sindicatos dos servidores do GDF ao pacote anunciado pelo governo foi imediata. Eles classificaram as medidas de contenção de despesas como ;calote;. Em reunião na tarde de ontem, o Fórum em Defesa do Serviço Público no Distrito Federal, que reúne 19 sindicatos e três centrais sindicais, decretou ;greve de alerta; de 24 horas em 24 de setembro. Todas as categorias farão um protesto em frente ao Palácio do Buriti às 10h. Paralelo a isso, cada entidade vai tentar negociar com governo. Se até 7 de outubro não houver acordo, a greve geral por tempo indeterminado no serviço público é dada como certa.Coordenador do Fórum e secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Rodrigo Rodrigues disse que os sindicatos não tiveram tempo de analisar o real impacto de todas as medidas anunciadas para os servidores. Algumas, segundo ele, representam o descumprimento da lei por parte do governo. ;Além disso, várias categorias convivem com atrasos no pagamento do 13; salário e das horas extras;, ressaltou.
[SAIBAMAIS]Para Cláudio Antunes, diretor do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), a tendência é de greve generalizada. ;Não vamos aceitar o calote. Garantimos na Justiça o direito ao reajuste e receberíamos a terceira parcela em setembro, fechando um ciclo do plano de carreira;, explicou. Para Antunes, outro ponto crítico é o da licença-prêmio. ;Os professores já têm uma formação alta, com pós-gradução. Quem opta pelo mestrado e doutorado tem outros meios para fazê-los. Então, para nós, a transformação em licença capacitação, na verdade, representa o fim da licença-prêmio;, avalia.
O sindicalista antecipa que a categoria vai pressionar os parlamentares a não aprovar as medidas do pacote que dependem de projeto de lei. ;Nossos advogados já estão trabalhando na perspectiva de judicializar de novo. A suspensão do serviço é o último recurso da luta e não está descartado, em função da gravidade das medidas adotadas;, avisa.
O que preocupou Ibrahim Yousef, presidente do Sindicato dos Servidores públicos da Administração Direta do DF (Sindireta), foi a possibilidade de perdas de direitos assegurados em lei, como a aposentadoria especial e a participação no conselho do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprevi-DF). A exemplo de outras categorias, o Sindireta não descarta a greve geral a partir de outubro ; entram aí funcionários das defensorias públicas, dos postos do Na Hora, do sistema penitenciário e do Instituto de Medicina Legal (IML), entre outros.
Saúde
Presidente do Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho diz que a categoria recebeu o pacote de ajustes que afeta o servidor com perplexidade e indignação. ;Até agora, o governo ficou só no discurso da dificuldade financeira, mas não apresentou uma proposta concreta;, afirmou. Ele diz esperar uma proposta alternativa do governo, em reunião marcada para a próxima segunda-feira. Caso isso não ocorra, os médicos vão aderir à paralisação do dia 24. Se nada mudar e o pagamento do reajuste não for depositado até 7 de outubro, a categoria entrará em greve geral por tempo indeterminado. ;Em setembro, receberíamos a terceira parcela do reajuste. Temos 13; não pago, horas extras e licenças-prêmio que também estão atrasados;, cita Gutemberg. Entre os servidores do SindSaúde, a luta contra o pacote do governo terá até rap: ;Para dar certo pra você, tem que dar certo pra mim;, diz o refrão.