Cidades

Rollemberg depende da Câmara Legislativa para a aprovação de várias medidas

Com a diminuição de pastas, é possível que alguns partidos saiam do primeiro escalão e o apoio na Casa seja ainda menor

postado em 19/09/2015 08:05

Marcos Dantas pode perder espaço com a união da Casa Civil e Relações Institucionais: obstáculo dentro do partido de Rollemberg

Rodrigo Rollemberg (PSB) tem uma difícil equação política a resolver para aprovar na Câmara Legislativa o pacote de medidas ; considerado pelo Palácio do Buriti como a única saída para recuperar o caixa do GDF. Ao mesmo tempo em que precisa cortar gastos e reduzir cargos comissionados, o socialista tem de encontrar espaço no governo para acomodar políticos a fim de ampliar a base de apoio. Com a redução de 24 para 16 secretarias, pastas chefiadas por partidos importantes foram rebaixadas e o chefe do Executivo tem de remontar o xadrez político e contemplar os correligionários. Tudo para anunciar, daqui 10 dias, a nova composição do primeiro escalão.

Nos bastidores, a maior incógnita é quem ficará com a supersecretaria de Trabalho, Turismo, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Econômico. Até a reforma administrativa, as áreas tinham cinco chefes de quatro correntes políticas distintas. Arthur Bernardes, chefe de Desenvolvimento Econômico e secretário-geral do PSD-DF, é um dos mais cotados para assumir cargo ; os demais setores se transformarão em secretarias-adjuntas.

Com os rebaixamentos, é possível que Thiago Jarjour, atual chefe de Trabalho, assuma como adjunto. Mas, como o PDT não anda nada satisfeito com o governo, deixar o primeiro escalão sem nenhum representante da legenda não seria aconselhável politicamente. Guilherme Leal, comandante da Agricultura, também pode ser convidado a assumir função de adjunto. Ele é indicação do distrital Joe Valle (PDT), de quem Rollemberg precisa para aprovar os aumentos de impostos. O parlamentar, contudo, ficou extremamente irritado com o rebaixamento da pasta. Segundo ele, o governador tomou a decisão sem dialogar com o setor.

Em casa
Como se não bastassem os problemas a serem resolvidos com as outras siglas, um dos principais desafios do governador é aplacar os ânimos no próprio partido. Além de o pacote ter deixado insatisfeitos sindicatos, setor produtivo e a sociedade em geral, a redução de secretarias e a possível saída de socialistas do primeiro escalão causou mal-estar dentro da legenda. Casa Civil e Relações Institucionais, agora, chamam-se Secretaria de Governo. Sérgio Sampaio deve ser o chefe da pasta. Com isso, Marcos Dantas pode perder espaço. Somada à exclusão de Turismo do primeiro escalão, comandado atualmente por Jaime Recena, o PSB corre o risco de perder presidente e vice-presidente da legenda na linha de frente do GDF.


Marcos Pacco tende a ser um dos únicos remanescentes do partido do governador entre os secretários. Desenvolvimento Humano foi fundido com Política para Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. E ganhou novo nome: Secretaria de Políticas Afirmativas e Desenvolvimento Social. Marise Nogueira deve ser convidada a assumir como adjunta e Pacco continua no comando do órgão.

Rede
Outra fusão anunciada foi a de Gestão de Território e Habitação com Meio Ambiente. A primeira é uma indicação técnica; a segunda está na cota da Rede. Para não desagradar a sigla a ser criada pela ex-ministra Marina Silva, André Lima deve seguir no primeiro escalão e acumular a gestão das duas áreas. Desde o início do ano, Thiago Andrade comanda as políticas habitacionais e pode ser mantido na pasta. Ele integra o Instituto de Arquitetos do Brasil e tem influência no meio. Neste ano, porém, recebeu muitas críticas pela demora na liberação de alvarás e cartas de habite-se ; era incumbência dele tocar a Central de Aprovação de Projetos, que passou por mudanças diante da ineficiência do órgão.

Em relação à fusão de Educação e Esporte, cresceu, nos últimos dias, a tese de que Julio Gregório, atual chefe da Educação, fique à frente da nova pasta. É provável que Leila Barros seja convidada a assumir uma secretaria-adjunta. O PRB, no entanto, do líder do governo na Câmara Legislativa, Julio César, não ficará contente em perder uma representante no primeiro escalão. Nos próximos 10 dias, Rollemberg terá de reduzir os espaços no Executivo e, ao mesmo tempo, ampliar a base de apoio ao governo.

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