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Seis equipes de Brasília participam de corrida maluca em Goiânia

Os vencedores da corrida Red Bull Soapbox vão assistir a uma corrida de Fórmula 1

postado em 19/09/2015 18:18
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Carros no formato de violão, bonecos de neve sobre rodas, um avião que não voa e a Arca de Noé. Poderia ser um bloco de Carnaval, mas é apenas uma corrida onde o mais importante não é a velocidade. A Red Bull Soapbox é isso: uma competição em que ser criativo e caprichar na performance (antes e durante a corrida) é tão importante quanto chegar rápido. Neste domingo (20/9), o evento completa 15 anos com estilo, em Goiânia. Neste sábado (19/9) foi o dia das equipes exibirem os carros ao público.

Realizado pela primeira vez na Bélgica, em 2000, o evento já passou por 96 cidades em 46 países diferentes. No Brasil, a edição goiana é a quinta da história -- já houve outras em Porto Alegre, Fortaleza e Balneário Camboriú. A mais recente ocorreu em Belo Horizonte, em outubro de 2011, e foi acompanhada, ao vivo, por mais de 180 mil pessoas. A equipe vencedora, ;Red Bule Uai Sô;, foi ousada sem perder as raízes: exibiu um protótipo de fogão a lenha que honrou as origens mineiras dos integrantes.

Este ano, o prêmio dos vencedores será assistir a uma corrida de Fórmula 1 em São Paulo. A equipe vice-campeã vai prestigiar uma corrida de Stock Car do seu estado. Os que levarem a medalha de bronze para casa vão ganhar um dia de kart.

Sem motor
Para entender a Red Bull Soapbox, é melhor começar pelo nome. Os ;soapbox cars;, protagonistas da modalidade, são exemplares norte-americanos dos carrinhos de rolimã conhecidos no Brasil. Antigamente, eram utilizados para para carregar sabão -- por isso o nome ;soapbox; (em inglês,caixa de sabão). Hoje, o termo vale para qualquer tipo de carro movido apenas com ajuda de força humana e gravidade, ou seja, sem motor.

A competição funciona de maneira bem simples. Equipes de quatro integrantes (incluindo piloto e copiloto) devem construir uma máquina sem motor e descer um circuito de cerca de 400m de extensão, no menor tempo possível. Um detalhe: ladeira abaixo. As regras são simples -- a máquina na%u0303o pode ultrapassar 2m de largura e 4m de comprimento; deve ser construída para ficar, pelo menos, a 20cm de dista%u0302ncia do cha%u0303o. O céu não é o limite: a altura máxima permitida é de 2,5m; o peso, de 80kg (excluindo o piloto). Já que o importante não é apenas velocidade, cinco jurados avaliam as equipes de acordo com a criatividade do carrinho e a originalidade da apresentação do time antes da descida.

Equipe do carro Aviãozinho de 100

As equipes
Em Goiânia, 35 pilotos do Centro-Oeste vão se arriscar na Ladeira dos Condomínios Jardins, próximo ao Autódromo. Vinte e duas das equipes são de lá mesmo. Uberlândia e Anápolis têm uma equipe inscrita cada. Belo Horizonte conta com três grupos; Aparecida de Goiânia, com dois. Brasília será representada por seis equipes. Há carros com temática de filmes -- a equipe Let it Gyn, por exemplo, resolveu apostar no sucesso de Frozen, uma Aventura Congelante e construiu um carrinho em forma de Olaf, o boneco de neve que gosta de abraços quentinhos. Vestida a caráter, a equipe ;Minions; vai descer a ladeira a bordo de uma réplica do carro oficial dos pequenos vilões do filme Meu Malvado Favorito. Os integrantes do ;Titanic de Noé;, por sua vez, vão salvar os animais do dilúvio e garantem que o carro não vai naufragar na pista.

O carro ;Aviãozinho de 100; também está no rol de temas ligados a entretenimento. ;Pensei em algo que desse para fazer um carro, que todo mundo conhecesse e, quando visse, identificasse;, diz Cyro Oliveira, representante do grupo. Inspirado nos aviõezinhos de dinheiro arremessados ao público no Programa Silvio Santos, o carro tem estrutura de uma gaiola treliçada, asas de policabornato cobertas com adesivo estampado, freios de cabo de aço e pasta de freio comuns. As rodas foram a parte mais cara do veículo: custaram, as quatro, cerca de R$650. O investimento total foi de R$1900. A estratégia para chegar ao pódio da Soapbox será caprichar na coreografia -- o grupo preparou um remix: vão mesclar a música do Programa Silvio Santos com a animação do funk.

Equipe do carro Redson e Bullison

Com menos influência de sintetizadores e mais das violas caipiras, o grupo ;Redson & Bullison e Seu Carro Violão; decidiu construir um carro em homenagem à cultura dos três estados do Centro-Oeste representados no evento. Feito em compensado maleável (madeira), o carro em formato de violão tem 2,70m de comprimento e tem até cordas de metal, para quem se arriscar a tocar uma moda. Robusta, a estrutura é de um cart e foi comprada em um ferro velho.

Os pontos mais fortes da equipe, segundo o representante Tiago Vinhal, são a união e a descontração. Irreverentes, os integrantes de grupo prepararam uma coreografia da música ;O Cowboy Vai Te Pegar;, sucesso nas vozes da dupla Rionegro & Solimões. O investimento total na construção do veículo foi de aproximadamente R$990. De marcenaria, o grupo entende. Resta saber quem vai ser o campeão quando for dada a largada.

Com informações de Rafaella Panceri

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