Otávio Augusto
postado em 23/09/2015 07:58
A crise enfrentada pelo Governo do Distrito Federal assola a Secretaria de Saúde. Mesmo com o reforço orçamentário que supera R$ 1 bilhão recebido neste ano, a pasta precisa de mais R$ 950 milhões para manter os hospitais públicos abastecidos com medicamentos, serviços de manutenção e folha de pagamento em dia até dezembro. Ontem, o Executivo local escalou oito representantes da pasta para anunciar que não pagará as dívidas com fornecedores ; os débitos chegam a R$ 453 milhões. A alternativa do governo foi dividir esse valor em 60 vezes a partir de julho do próximo ano. Enquanto as dificuldades não são estancadas, médicos são submetidos a situações de estresse e pacientes enfrentam um calvário para receber atendimento.Segundo o diretor do Fundo de Saúde do DF, Ricardo Cardoso dos Santos, o arrocho financeiro que o Distrito Federal atravessa deixou 1,2 mil empresários do setor arredios para negociar com o governo. Dos contratos firmados em 2014, falta reconhecer o pagamento de quase R$ 25 milhões em dívidas. Isso significa que as empresas precisam comprovar os serviços prestados para que o Executivo local gere o débito. ;A Secretaria de Saúde tem o orçamento deficitário, mesmo com a suplementação orçamentária. Estamos buscando recursos para manter a rede funcionando;, explicou.
A área mais crítica é a de manutenção de equipamentos. Mas o fornecimento de remédios e a prestação de serviços, como leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) e hemodiálise, também estão prejudicados. ;Reduzimos a compra de vários produtos para termos como pagar as dívidas. O governo passado cancelou a compra de itens obrigatórios, o que desestabilizou todo o sistema;, justificou Marcelo Nóbrega, subsecretário de Administração Geral.
Cerca de 900 firmas tiveram de digerir o anúncio feito pelos responsáveis das áreas de compras, planejamento e gestão da Secretaria de Saúde. Além da previsão distante de pagamento, os fornecedores do GDF reclamam de atrasos em 2015.
O diretor da Associação das Empresas do Segmento Médico Hospitalar e Laboratorial (Assemedh-DF), Gilvan Max da Silva, criticou a falta de diálogo. Segundo ele, várias companhias correm o risco de falência. ;As empresas não têm de onde tirar recursos. Estamos precisando de ações concretas, elas estão em declínio;, alertou Gilvan.
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