Adriana Bernardes
postado em 24/09/2015 06:07
Um crime brutal e covarde tirou a vida de uma adolescente de 14 anos. Erika Bezerra da Silva foi assassinada com mais de 40 facadas por quatro adultos. Investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indica que houve um desentendimento entre o grupo, porém ainda não pode afirmar a real causa da agressão contra a jovem. Erika morava com a mãe no Riacho Fundo I, mas estava havia cerca de quatro dias no Setor Oeste, do Gama, hospedada na casa de um dos suspeitos. Há pelo menos dois anos a menina vinha sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar do Riacho Fundo, por problemas na escola e em casa. A polícia aguardará os laudos do Instituto de Medicina Legal (IML) para esclarecer se Erika sofreu abuso sexual ou se estava sob efeito de drogas.A movimentação na Quadra 25 do Setor Oeste, na madrugada de ontem, denunciava a violência. Em um beco, as marcas de sangue revelavam a cena de um crime cruel. Erika estava no chão, ferida com mais de 40 golpes de faca. Uma viatura da Polícia Militar fazia ronda nas proximidades quando recebeu o chamado de uma possível briga. Ao chegarem ao local, os agentes encontraram a vítima ainda com vida. A jovem foi levada pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Regional do Gama, mas não resistiu aos ferimentos. Mais velha de cinco irmãos, deixou para trás o sonho da liberdade. Segundo o Conselho Tutelar do Riacho Fundo, esse era o principal anseio dela ; descrita como uma adolescente doce e educada. Erika tinha sido encaminhada para acompanhamento psicológico no Adolescentro, mas se negou a fazer o tratamento.
[SAIBAMAIS]A vítima conhecia pelo menos um dos envolvidos no crime. Rômulo Colbert Torres Maciel Júnior, 18 anos, recebeu a jovem em sua casa, na Quadra 32 do Setor Oeste, e, segundo o delegado-chefe da 20; Delegacia de Polícia (Gama), Francisco Antônio da Silva, a menina manteria um relacionamento amoroso com ele. Os outros rapazes envolvidos são Wesley Lago de Jesus, 20; e Alex Silva dos Prazeres, 20. Os três foram detidos horas depois do crime e, de acordo com informações policiais, estavam drogados. A polícia procura ainda uma quarta pessoa, Ingrid Queiroz da Silva, 19, que também teria participação no assassinato. ;Todos são omissos em dizer o motivo, mas assumiram o crime. Falam que se desentenderam. Estamos esperando laudo do IML para dizer se houve ou não a violência sexual, pois eles não admitem;, disse o delegado. Os quatro acusados têm passagem por roubo, porte, uso e tráfico de drogas.
Sofrimento
A mãe de Erika ainda parecia não acreditar na morte brutal da filha mais velha. Lamentava ter tentado por várias vezes alertar a garota dos riscos das ruas. Hareta da Silva Bezerra é dona de casa e mora sozinha com os cinco filhos. Ela contou que a adolescente havia feito amizades que a influenciavam de forma negativa. ;Faz uns cinco meses que ela começou a sair com umas más amizades. Desde então, fugiu várias vezes de casa e tive que buscá-la no Conselho Tutelar. Dessa última, já fazia 15 dias que não a via.; Indignada, Hareta acredita que o caso pode servir de exemplo para outros jovens. ;Erika era uma menina exemplar, boa. Ela me ajudava bastante em casa. Nós tentamos alertá-la dos perigos várias vezes. Mas ela dizia que só ia sossegar quando morresse. E foi o que aconteceu. Mas é um tipo de lição, tanto para os irmãos mais novos quanto para todos os adolescentes;, desabafou.
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