Helena Mader
postado em 25/09/2015 05:53
Pressionado por 32 categorias de funcionários públicos, que lotaram a Praça do Buriti e paralisaram boa parte dos serviços da cidade, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) anunciou ontem mais uma proposta para tentar pagar os salários em dia. O governo quer usar dinheiro do Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev) para conseguir fechar a folha de pessoal. A utilização desses recursos, poupados nos últimos oito anos a fim de garantir a aposentadoria dos funcionários do GDF, depende de aprovação da Câmara Legislativa. Segundo o Buriti, caso a proposta não seja aprovada até a próxima sexta-feira, os salários de setembro vão atrasar.[SAIBAMAIS]A proposta do governo é usar 75% do superavit financeiro do Iprev e deixar 25% como reserva. Os recursos pagarão os aposentados do regime tradicional, ou seja, aqueles admitidos antes de 2008. São 60 mil inativos nessa situação, que custam mensalmente aos cofres públicos R$ 240 milhões. Ao usar o dinheiro do Iprev a fim de pagar os aposentados, o GDF terá caixa para quitar em dia os salários de setembro. ;Aposentados ajudam outros aposentados e ambos ajudam os servidores na ativa;, justificou o secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Alexandre Lopes.
O Palácio do Buriti garante que vai recompor os recursos do fundo do Iprev no futuro. ;O projeto de lei enviado à Câmara também prevê a redução de 22% para 16,5% na contribuição patronal que o GDF tem que aportar mensalmente ao fundo. De acordo com o secretário de Fazenda, Pedro Meneguetti, há riscos de atraso de contracheque. ;Se a lei não for aprovada, com certeza haverá atrasos no pagamento dos salários, mesmo sem considerar os aumentos;, explicou Meneguetti.
A presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), marcou a votação para terça-feira. Já há consenso no colégio de líderes para levar o tema ao plenário. ;Exigimos que fossem incluídas no projeto garantias reais de que o uso da verba não prejudicará o órgão. E o Executivo aceitou;, contou. Questionada se o PL será aprovado, ela evitou fazer qualquer previsão. ;Só de ter passado entre os líderes, já é uma vitória;.
Colaborou Matheus Teixeira
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