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Inmet prevê 36ºC para este sábado no Distrito Federal

Agravado pela baixa umidade, que não ultrapassará os 15%, o clima favorece a proliferação de queimadas por todo o DF. No zoo, até a dieta dos animais mudou

Jonathan Jayme
postado em 26/09/2015 08:01

Agravado pela baixa umidade, que não ultrapassará os 15%, o clima favorece a proliferação de queimadas por todo o DF. No zoo, até a dieta dos animais mudou


O calorão não dá trégua para o brasiliense e a temperatura pode chegar hoje ao maior índice já registrado na história do Distrito Federal: 36;C. Ontem, os termômetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) marcaram a máxima de 35,8;C, mesmo número atingido em outubro de 2008, até então recorde na capital desde o início das medições, há 54 anos. O clima facilita a proliferação de focos de incêndio e de mal-estar em seres humanos e animais. No zoológico, o cardápio dos bichos está diferente. Tem até suco gelado no menu.

Somente ontem, o Corpo de Bombeiros registrou 35 focos de incêndio em diferentes pontos do DF. Os maiores ocorreram na Cidade Digital, próximo à Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia); no Parque Burle Marx, no Noroeste; nos eucaliptos do Paranoá, na região do Lago Norte; e na Área de Proteção Ambiental Cafuringa, na Fercal. Até a noite de ontem, o Grupamento de Proteção Ambiental ainda não havia medido o tamanho das áreas devastadas.

Na área da Cidade Digital, a queimada começou na tarde de quinta-feira. Ainda alto na manhã de ontem, o fogo provocou uma grande cortina de fumaça na região. Ao todo, foram deslocados mais de 40 militares e oito viaturas para o controle do incêndio. De acordo com os bombeiros, a situação pode ter iniciado com as chamas de entulhos despejados no local. Mais de mil casos desse tipo foram atendidos durante o mês de setembro. Números que refletem diretamente em uma outra realidade. Em 2015, 1.040 animais silvestres, fugidos de queimadas e devastações, foram resgatados pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). (Leia matéria ao lado).

Sorte diferente têm os animais do Zoológico de Brasília. Lá, eles estão recebendo um bônus na alimentação nos dias mais quetes. Ontem, os macacos ganharam até suco de goiaba gelado para enfrentar o calor com menos apatia. Em outras situações, tigres, leões e outros mamíferos ainda se alimentam com picolés de carne ou de sangue. ;São medidas que encontramos para que os bichos tomem mais líquido, já que somente a água não é suficiente para atraí-los;, explica a zootecnista Ana Raquel Gomes Faria.

O elefante Chocolate, o macaco Negão e outros colegas de zoológico estão mais sonolentos e preguiçosos nas últimas semanas. De acordo com a zootecnista, essa sensação é causada pela dificuldade de digestão dos alimentos comuns em dias mais quentes. ;Por isso, não economizamos água nos tanques dos recintos, e mudamos a alimentação daqueles que ingerem menos líquido.;

Mas no meio do calorão que bichos e visitantes do zoológico sentiam na tarde de ontem, tinha gente que não ligava para o clima. Tainara de Oliveira Felix, 20 anos, em passeio com o filho Gabriel, 1 ano e 3 meses, diz que não se descuida durante o tempo quente, mas afirma que isso é rotina em sua vida. Ela é do Ceará e está há pouco mais de um mês na capital. ;Eu me preocupo em dar muita água para o meu filho, além de outros cuidados. Mas não me importo em sentir calor;, frisa.

Ainda mais quente
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmou que o clima pesado continuará nos próximos dias, com muito calor, névoa seca e céu claro, podendo atingir índices ainda mais altos do que os desta semana. As temperaturas máximas devem se manter nos 35;C, com variação até os 36;C. Para hoje e amanhã, a mínima prevista é de 18;C e a umidade relativa do ar continua na casa dos 15%.

Há possibilidade remota de chover entre o domingo e a segunda-feira, afirma a meteorologista Maria das Dores de Azevedo. ;Mas nem consideramos que esse evento possa trazer algum alívio para o clima, já que a temperatura volta a subir e a umidade cai drasticamente logo em seguida;, completa.

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