Cidades

Terceira edição do Rota 156: Guará na Rua anima a região administrativa

Gláucia Chaves
postado em 27/09/2015 16:29

Não é de hoje que os brasilienses clamam por atividades que os tirem de dentro de casa, especialmente em tempos de clima opressor. Assim como o trânsito do Plano Piloto tem um respiro aos domingos para que as pessoas possam aproveitar o Eixão, há três semanas os moradores do Guará 2 têm para onde ir se quiserem andar de bicicleta, fazer um pique-nique ou apenas curtir um ventinho no rosto.

O taxista Marco Túlio Silva, 39 anos, aproveitou o evento para levar a filha, Mariana, 11 anos, para dar uma voltinha de bicicleta

Hoje, a terceira edição do evento Rota 156: Guará na Rua fechou a pista central da região -- da 4; Delegacia de Polícia (EQ 23/25) até o Edifício Consei (EQ 31/33) -- para lotar a rua com atrações culturais. Uma das vias ficou livre para caminhada enquanto a outra foi preenchida com aulas de yoga, slackline, shows, pista de skate e uma infinidade de outras opções muito melhores que ficar preso entre quatro paredes.

Hélio Cavalcante Silva, 46 anos, é um dos idealizadores e coordenadores do projeto, encabeçado pelo Coletivo 156. Segundo o músico, tudo começou a partir de um comentário nas redes sociais. Um amigo que também faz parte do Coletivo 156 viu a rua vazia, fechada para uma corrida de ciclistas. Comentou na internet como seria bom se a via ficasse livre todos os domingos, para que a população pudesse aproveitá-la.

A partir deste comentário, um grupo de pessoas se uniu para propor o fechamento da via e trazer cultura para a avenida. ;Era uma demanda reprimida da comunidade;, resume. ;Não existe cultura nas cidades-satélites. A proximidade Guará-Plano Piloto faz com que sejamos um pouco dependentes com o que acontece por lá. A comunidade quer ficar aqui.;

O nome do coletivo e do evento é uma alusão à linha de ônibus que faz o percurso Guará-Plano Piloto. A organização providenciou até um exemplar do veículo, para ilustrar a referência principal do evento. O poder público se mostrou presente com campanhas educativas do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e do Corpo de Bombeiros.

;É legal porque a população pode conhecer mais sobre os serviços que o Governo oferta;, acrescenta Hélio Silva. Magda Miranda, 54 anos, é uma das voluntárias do projeto. Responsável pela ala infantil do Rota 156, a servidora pública organiza os brinquedos, a contação de histórias e ;coisas que as crianças não estão muito habitadas hoje em dia;, segundo ela, como brincadeiras de rua. ;Amarelinha, elástico, peão, pipa são muito lúdicas e importantes para as crianças;, enumera.

Moradora do Guará há 40 anos, Magda era uma das tantas guaraenses que sentia falta de algo para fazer na rua. ;O Guará nunca teve muita autonomia, apesar de termos grandes espaços, ginásios e casas de cultura;, opina. O taxista Marco Túlio Silva, 39 anos, aproveitou o evento para levar a filha, Mariana, 11 anos, para dar uma voltinha de bicicleta. ;Minha filha tem muita vontade de sair e brincar na rua, mas durante a semana é difícil por conta da violência;, explica. ;Um evento como este, com vários agentes de segurança, faz ser viável sair e participar.;

O calor, claro, também foi um grande incentivo para sair. Nascido e criado na Região Administrativa, Marco acha que iniciativas ao ar livre eram o detalhe que faltava para o Guará ficar ;completo.; ;Só tenho receio de que [o evento] perca o foco e comece a dar bagunça, mas se for sempre assim, um evento ;família;, é bacana, sem dúvida.; Mariana, como se pode imaginar, adorou a ideia. ;É bom que não tem mais carros para me atrapalhar;, comemorou.

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