O céu encoberto em todo o Distrito Federal, ontem, trouxe chuva para várias regiões. Mas o que, para a maioria, veio como alívio, para parte da população, soou como preocupação. Basta uma precipitação mais intensa para os moradores da Asa Norte temerem passar por situações como a de 16 de dezembro, quando blocos de algumas quadras ficaram alagados e carros e prédios, danificados. Mesmo com episódio, nenhuma melhoria foi feita na região, apesar de a temporada de chuvas mais intensas começarem em pouco mais de 15 dias, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (leia matéria abaixo).
De acordo com a Defesa Civil do DF, nenhuma obra de infraestruturada chegou a ser realizada. A única ação paliativa tem sido a limpeza regular das bocas de lobo. ;O governo tem conhecimento dos problemas. Estamos fazendo o possível para amenizá-los, quando surgirem. Sabemos que teremos chuvas que poderão causar prejuízos financeiros. O que não queremos é perder vidas;, admite o subsecretário de Operações da Defesa Civil do DF, coronel Sérgio Bezerra. O órgão trabalha na finalização do mapeamento das áreas de risco (veja quadro).
;Infelizmente, as grandes obras para melhorar essa área não foram feitas. Agora, esperamos, com medo, as chuvas;, lamenta David da Mata, 57 anos, síndico do Bloco F da 402 Norte. Lá, em dezembro do ano passado, a água das chuvas tomou a garagem do edifício. No desespero, moradores conseguiram retirar veículos, mas até o estacionamento externo ficou tomado pela correnteza. Um veículo ficou submerso na entrada da garagem.
Depois do episódio, a fiação e parte da canalização do prédio tiveram que ser refeitas e os dois elevadores, trocados. Somado a isso, um prejuízo de mais de R$ 80 mil. Pensando nas próximas chuvas, obras também têm sido planejadas. O jardim que ficava em cima da laje foi retirado a fim de evitar um possível acúmulo de água. ;Algo de concreto tem que ser feito logo. Os prejuízos foram apenas financeiros. O nosso receio é com as vidas;, comentou.
As causas
A falta de impermeabilização do solo na área do Estádio Nacional é apontada como uma das causas de enchentes naquela localidade. ;A arena sofreu uma grande perda da área de impermeabilização com a construção do estacionamento. Lá, tinha gramados, hoje somente asfalto ; o que prejudica o escoamento das águas. Junto a isso, o sistema de drenagem não teve alterações. Há pouca boca de lobo para tanta água;, analisa o coronel Bezerra, da Defesa Civil. Da arena, a água desce até as quadras 102/202/402 Norte, causando inundações.
Nas quadras 309/ 510/ 710/ 511/311/ 111 e 112 Norte, a causa apontada pela Defesa Civil é a construção do Noroeste. Duas bacias de contenção, no Parque Burle Marx, servem como depósito do volume pluvial que não escoa para a rede de drenagem, mas ambas sofrem assoreamento. ;A solução do problema seria refazer o sistema de drenagem na Asa Norte.;
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