Cidades

Polícia Civil desarticula máfia chinesa que atuava na Feira dos Importados

Otávio Augusto
postado em 30/09/2015 06:08

A Polícia Civil do Distrito Federal fechou 16 bancas e dois depósitos clandestinos de produtos falsificados e sem notas fiscais na Feira dos Importados do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). A ação, na manhã de ontem, resultou na prisão de 14 comerciantes. Entre eles, o chinês Wu Zhaoxiao, 47 anos, suspeito de operar um esquema de cFotosompra e venda de óculos, tênis e relógios contrabandeados. É a terceira vez que Xiao, como é conhecido, é preso. A Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Trilateral (DCPIM) investigava o chefe da organização havia dois meses. Um caminhão ficou lotado de produtos falsificados.

Os depósitos clandestinos sobre lojas dos blocos A e C eram usados para armazenar os itens. Xiao, que está no Brasil há 14 anos, é dono de três bancas. Por uma delas, no corredor principal, paga aluguel de R$ 8 mil. Em julho, o chinês foi preso por pirataria, mas acabou liberado após pagar fiança. ;Desta vez, todos os comerciantes ficarão presos. Não podemos permitir que esse tipo de negócio tenha continuidade;, garante Mônica Ferreira, delegada-chefe da DCPIM.

A polícia apura se Xiao tem envolvimento com casos de extorsão de famílias chinesas que vieram trabalhar no Brasil. Segundo a investigação, ele fatura R$ 90 mil por mês e tem vários imóveis no DF. ;Quando o prendemos, ele tentou justificar que as bancas eram da esposa dele;, conta a chefe da operação. Os adesivos de marcas internacionais chamaram a atenção dos policiais. ;Agora, eles só colam o nome da marca no ato da venda. Isso é para evitar responder pelo crime de violação de direito de marca;, esclarece Mônica.

Ao todo, 27 policiais civis, 60 militares, além de 24 agentes da Subsecretaria da Ordem Pública e Social e 11 auditores da Receita Federal realizaram a vistoria. De acordo com Mônica Ferreira, os comerciantes não pagavam nenhum tipo de imposto. ;Muitos produtos não são falsificados, mas não têm procedência legal. Eles afirmam que trouxeram da China, mas não há nenhum tipo documento ou nota fiscal que comprove isso, detalhou.; Na tarde de ontem, representantes da Embaixada da China estiveram na DCPIM a fim de ter mais detalhes da operação, que prendeu somente chineses.

Os funcionários das bancas foram ouvidos como testemunhas. Os suspeitos vão responder por pirataria, crime contra o consumidor, sonegação de impostos e contrabando. Se condenados, podem pegar até cinco anos de prisão. Os produtos serão entregues à Receita do DF para avaliação, tributação e aplicação de multas.
Revitalização

A Feira dos Importados não conta com habite-se e as bancas não têm alvará de funcionamento. O terreno era público, mas, após licitação em 2007, foi vendido por R$ 42 milhões para a Associação de Feirantes. Para a chefe da DCPIM, isso dificulta a prevenção dos crimes. ;Estamos conversando com o governo para solucionarmos essas questões. Vamos continuar fiscalizando a feira para diminuir esses casos, ainda mais num momento que os cofres públicos precisam arrecadar receita com impostos;, ressaltou.

Nos últimos 20 dias, equipes da Agência de Fiscalização, do Serviço de Limpeza Urbana e da Companhia Energética de Brasília, entre outras, têm monitorado o local. O GDF quer pôr fim às ligações de energia e água ilegais, organizar o trânsito e aumentar a segurança nos arredores do comércio.

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