Cidades

Intervenção em empresas de ônibus causou prejuízo de R$ 46 milhões ao GDF

Conta se refere a 2013, segundo a Controladoria-Geral do DF. Auditoria do órgão aponta, ainda, que o governo Agnelo Queiroz assumiu as empresas privadas à frente do sistema sem ter noção da situação patrimonial delas

Flávia Maia
postado em 30/09/2015 06:57
Anunciada pelo governo passado como um enfrentamento aos ;barões do transporte;, a intervenção em empresas de ônibus serviu para o Governo do Distrito Federal (GDF) assumir dívidas de companhias privadas que recebiam verbas milionárias do Executivo local. Auditoria da Controladoria-Geral do DF apurou prejuízo, apenas em 2013, de R$ 46,5 milhões na Sociedade de Transporte Coletivo de Brasília (TCB), estatal responsável pela assunção (termo técnico usado quando o Estado assume uma firma particular).

A TCB teve orçamento aumentado em cinco vezes para resolver débitos

Para bancar os custos das empresas, o Palácio do Buriti teve de quintuplicar o orçamento, inicialmente previsto para a TCB naquele ano ; saltou de R$ 24 milhões para R$ 137,4 milhões. À época, o então governador, Agnelo Queiroz (PT), alegou que essa era a única alternativa para garantir os coletivos nas ruas da capital em boas condições. Durante a eleição, o petista explorou o fato como um ato de coragem, de mexer em estruturas que funcionavam em Brasília há décadas. A controladoria, no entanto, aponta diversos erros jurídicos e de gestão na forma como o processo foi conduzido pelo antigo governo. Ao assumir a operação dos grupos Viplan e Amaral, o GDF não fez, por exemplo, um levantamento da situação patrimonial das companhias. Sem isso, é impossível saber ao certo o que o Executivo tomou para si, seja de despesas, seja de equipamentos ; não há registro sequer de quantos veículos e garagens passaram a ser de responsabilidade do GDF.



Na avaliação da controladoria, o dinheiro gasto pelo governo com a encampação das empresas de ônibus poderia ter sido usado para outros fins, como compra de veículos para a TCB. O deficit do Grupo Amaral ; R$ 32,3 milhões ; resultaria em 100 novos ônibus, estima o órgão. Em 11 meses, a empresa gerou R$ 20,17 milhões de receita e teve despesa de R$ 52,5 milhões. No caso da Viplan, em apenas 11 dias, os gastos foram de R$ 15 milhões, e o dinheiro que entrou em caixa, R$ 820,9 mil. Esse deficit de R$ 14,17 milhões daria para adquirir 44 coletivos.

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