postado em 01/10/2015 12:51
O sofrimento e o estresse durante tratamentos médicos são apenas dois problemas em uma série de complicações vividas diariamente por pacientes em hospitais. Os traumas, desde a descoberta de uma doença até o fim do acompanhamento clínico chegam a dificultar o desempenho deles em atividades diárias. E é esse cenário que projetos de terapia ocupacional tentam mudar diariamente. Dentro das unidades hospitalares, funcionários e voluntários têm criado condições favoráveis para a reabilitação, inserção social e melhoria da qualidade de vida de quem busca cura.
No Hospital da Universidade de Brasília (HuB), uma equipe arrecada materiais para utilizar em oficinas de terapia ocupacional que atendem pacientes em tratamento de quimioterapia, hemodiálise e clínica médica. Uma das voluntárias e ex-paciente do hospital, a estudante Letícia Ferreira começou a divulgar no Facebook um pedido de doações de materiais para o projeto realizado desde 2011 na unidade. O objetivo é alcançar o máximo de colaboradores. "Já participei dos grupos de terapia quando era paciente da quimioterapia e eles me ajudaram muito a superar a doença e o tratamento, por isso ajudo como voluntária, divulgando as necessidades de materiais do programa", afirma.
Segundo a professora e coordenadora da terapia ocupacional no hospital, Letícia Meda, a ideia dos grupos surgiu porque os pacientes se encontram num momento de sofrimento e estresse durante os tratamentos. Atualmente, o trabalho realizado é matéria optativa do curso de Terapia Ocupacional na Universidade de Brasília (UnB). "Muitos alunos se interessam em participar durante o estágio obrigatório", diz a professora.
Os grupos de trabalho são três ao todo: um para pacientes com quimioterapia; outro para hemodiálise; e um de clínica médica. Eles atendem, em média, 60 pessoas por mês e segundo Meda, a aceitação é boa. "Quase todos os pacientes em tratamento participam dos nossos grupos. Apenas os recém-chegados e os mais fragilizados têm certa resistência, que é quebrada ao longo do tempo", afirmou.
Campanha
No mês do ;Outubro Rosa; ; campanha mundial que visa conscientizar a população feminina sobre o câncer de mama ;, o HuB vai oferecer aos pacientes da quimioterapia a possibilidade de confeccionar lenços (leia em Como ajudar). "Nossa ideia é distribuir lenços [confeccionados nos grupos] e divulgar a doença para a maior quantidade de pessoas possíveis", finalizou Meda. Para 2015, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 57 mil novos casos e 15 mil mortes no Brasil.
Entretanto, este não é o único trabalho realizado nos grupos de terapia ocupacional do hospital. "O mês de agosto foi reservado para os pacientes da hemodiálise. Tivemos cinema, música e atividades exclusivas", explica Letícia Meda. Dezembro também é um mês cheio de atividades. "A equipe se organiza para presentear os pacientes e até o Papai Noel aparece", completou.
Como ajudar
Para quem se interessou nos projetos e quer ajudar com doações, os materiais mais solicitados para o trabalho são lenços, tiaras de cabelo, toucas, brincos, tintas (para tecido ou madeira), tecidos como panos de prato ou tapetes brancos, caixas de madeira MDF, porta-retratos, papel de decoupagem, linhas de nylon, pincéis, jornais, cola branca, tesouras, papel cartão e EVA. Todas as doações podem ser entregues direto aos grupos.
Os interessados em participar como voluntários devem ligar para os números (61) 3307-1598 ou 3448-5378, entre 8h e 16h30 de segunda a sexta-feira, ou ir pessoalmente até a sala da Associação de Voluntários do Hospital Universitário de Brasília, localizada no ambulatório do hospital, no corredor vermelho. Os selecionados trabalharão duas vezes por semana e receberão treinamento sobre como agir e em que área podem atuar.