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TJDFT decide hoje se aumenta indenização a parentes de Alexandre Torres

Desembargadores do DF definem hoje se alteram os valores definidos em sentença favorável a jornalista que há 8 anos está em estado vegetativo por causa de erro médico. Para a família, os R$ 100 mil estipulados não cobrem os custos do tratamento

O valor da indenização devida ao jornalista Alexandre Torres, 62 anos, há 8 em estado vegetativo por causa de erro médico, será definido hoje. A defesa dele recorreu da sentença, estipulada em 18 de outubro de 2013 com o pagamento de pensão mensal de R$ 1.155 e, por danos morais, de R$ 100 mil. O caso depende, agora, de uma definição dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).



Passados três dias, o jornalista apresentou uma melhora significativa. Reagia bem aos estímulos visuais, auditivos e motores. Então, por ordem médica, foi iniciada a retirada da sedação. Quando acordou, Alexandre removeu, involuntariamente, o tubo responsável pela oxigenação. A equipe médica tentou uma reintubação, sem sucesso. Foi solicitado, pelo médico plantonista, o procedimento de traqueostomia de urgência, realizado, mais tarde, pelo cirurgião.

Segundo Isabela Torres, além de o hospital não ter visto o paciente se desentubar, o médico que estava de plantão não sabia realizar uma traqueostomia. ;O meu pai ficou mais de meia hora sem respirar. Essa falha de deixá-lo sem oxigênio gerou uma lesão desse nível, que já dura 8 anos;, relatou. Depois disso, ele não demonstrou mais sinais de melhora. Com a piora do quadro clínico, foi diagnosticado em estado de consciência mínima, quase de morte cerebral.

O processo
Em julho de 2009, a família descobriu que o estado de Alexandre é irreversível e entrou com uma ação de reparação de danos morais e materiais no TJDFT contra a Unimed e a Medial Saúde. Poucos dias depois, foi proferida uma liminar determinando que a Unimed do Brasil pagasse todos os gastos de Alexandre. Os parentes, porém, alegam que, até 2012, financiaram toda a equipe que prestava serviço residencial, bem como medicamentos, alimentação especial, fraldas e materiais farmacêuticos. A sentença saiu em 2013.

A Amil (empresa que adquiriu a Medial Saúde quatro meses após o incidente) informou que mantém o tratamento de Alexandre, inclusive com fornecimento de assistência hospitalar domiciliar, em cumprimento de liminar judicial. A Unimed do Brasil afirmou que não comenta processos judiciais em andamento.