postado em 08/10/2015 07:29
É só se aproximar o período de chuvas que a preocupação de moradores e comerciantes da Asa Norte aumenta. Há menos de um ano, a região serviu de palco para grandes estragos. Lojas, garagens e prédios foram tomados pelas enxurradas. Desde então, pouco se fez em relação à infraestrutura, mas a previsão do Governo do Distrito Federal (GDF) é de que as obras para melhoria do sistema de drenagem pluvial se iniciem até o fim do ano. Entre as medidas previstas, estão a readaptação da rede de captação de águas e a construção de bacias de contenções. Desta vez, o valor orçado é de mais de R$ 131 milhões, somente para intervenções no Plano Piloto.
O problema é que, além do atraso, as obras deverão ser realizadas durante o período chuvoso. E, se depender da previsão do tempo, os brasilienses enfrentarão problemas novamente, com chuvas intensas na segunda quinzena do mês.
[SAIBAMAIS]O empresário Adriano Teles, 30 anos, ainda sofre as consequências do temporal de dezembro do ano passado, quando contraiu uma dívida de R$ 200 mil. Ele é dono de uma academia no Bloco E da 311 Norte. O estabelecimento ficou completamente alagado, assim como pelo menos oito lojas no prédio. ;A chuva vem se aproximando e, com isso, o medo de passar por tudo novamente. Nada foi feito, nenhuma obra que evite qualquer inundação;, criticou. No mesmo edifício, a correnteza destruiu a rampa de acesso ao subsolo.
Vilões
A Subsecretaria de Defesa Civil aponta a construção do Setor Noroeste e a falta de vazão de água como causas das inundações na Asa Norte. Teoricamente, as já existentes duas bacias de contenção, no Parque Burle Marx ; localizadas entre esses dois pontos ;, serviram como reservatório do volume pluvial, mas, na prática, são inadequadas para comportar grandes quantidades de água. Ainda segundo a Defesa Civil, isso ocorre em função do assoreamento. Uma outra grande obra no Plano Piloto é pivô das inundações. Trata-se do Estádio Nacional de Brasília Mané Garricha, responsável pelas inundações na 102 e na 202/402. ;Com a construção do estacionamento, a região perdeu a área de impermeabilização. Ali, também não há muitos boeiros. É necessária a construção de um sistema de drenagem, como já orientado por nós, mas, até agora, nada saiu do papel;, explica o subsecretário de Operações da Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra.
Solução
O diretor da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) Antônio Coimbra garante que as obras do sistema de drenagem do Plano Piloto serão iniciadas ainda na gestão Rollemberg. A escolha da empresa que comandará os trabalhos será feita em 18 de outubro, após a abertura dos envelopes com as empresas pré-selecionadas no processo licitatório. Segundo ele, a região de Taguatinga também será beneficiada.
O total de investimentos, contando todas as áreas beneficiadas, é de aproximadamente R$ 300 milhões, ao prazo de 24 meses, após a assinatura do contrato. A Novacap garante que o impacto no fluxo de veículos será mínimo, uma vez que a maior parte das intervenções serão subterrâneas. Nesse caso, nem as chuvas atrapalhariam os operários, segundo o governo.
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