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"Se não trocássemos de projetor, iríamos fechar o cinema", admite Marta Fagundes, 55 anos, que administra o Cine Drive-In de Brasília ; o único do tipo ainda em funcionamento na América Latina. Marta decidiu criar uma campanha na internet para custear a mais recente aquisição do cinema: um novo projetor digital, para substituir o antigo, que funcionava ainda com o bom e velho rolo de película.
Com 42 anos, Cine Drive-In conta com o apoio do grupo Urbanistas por Brasília para aprovar o Projeto de Lei n; 1.608/2013, que torna o cinema patrimônio cultural material do Distrito Federal. De fácil acessibilidade, localizado dentro do Autódromo Internacional Nelson Piquet, o Cine Drive-In tem área asfaltada para 500 automóveis. Nessas quatro décadas, o local se consolidou como parte da história da capital. Caso a lei seja aprovada, governo e empresas ficam proibidos de fechar o cinema. Além de tornar possi%u0301vel o uso de recursos pu%u0301blicos para a preservac%u0327a%u0303o do local.
Dos R$ 250 mil que a campanha na internet pretende arrecadar, somente R$ 605 foram levantados até o momento da publicação do texto. A campanha se encerra em 20 de dezembro. Com direito a adesivo, carteirinha e "vaga cativa", o projeto oferece algumas recompensas àqueles que contribuem com valores de R$ 10 a R$ 5 mil.
Desde agosto, o projetor digital vem trazendo vantagens para a exibição de filmes no Cine Drive-In. "A qualidade da imagem, luz e som são muito melhores e atrativos durante as exibições, além de podermos exibir filmes muito recentes, o que não era possível com o projetor antigo", explica a administradora.
O objeto foi adquirido por intermédio de uma empresa, com incentivo fiscal. Se não conseguir arrecadar os R$ 250 mil, Marta terá que pagar ao BNDES, mensalmente, R$ 6 mil durante cinco anos, a partir de 2017. "Os custos com a manutenção do projetor já são altos e não temos condições de arcar com essa quantia mensalmente, pois temos também os gastos com funcionários e outros reparos no cimena", desabafa Marta.