Será julgado no próximo dia 5, às 9h, no Tribunal do Júri do Riacho Fundo, Arismar Brito Rodrigues, 35 anos, assassino confesso da mulher, Ana Grasiella Oliveira Montes. A vítima tinha 19 anos. O crime foi cometido em 2012, na casa do casal. Em depoimento, Arismar disse que, por ciúmes, estrangulou e asfixiou a ex-companheira até a morte. Ele será julgado por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e pelo contexto de violência doméstica.
No entanto, até agora, a tentativa da defesa do réu é de derrubar uma das qualificadoras, o motivo torpe. O júri, inclusive, foi adiado pelo menos duas vezes, pois os defensores insistiram em ter mais tempo para provar que a vítima teria traído Arismar. ;Esta é a maior discussão, a de que não teria sido por motivo torpe e, que, aparentemente, ele teria motivo para ter perdido a cabeça e matado Grasiella. A defesa quer que deixe de ser duplamente qualificado, pois isso diminuiria a pena;, afirma um dos advogados de acusação, Isaías Leonardo Guimarães de Souza.
O crime aconteceu na noite de 4 de fevereiro de 2012. À tarde, Arismar resolveu ir até o trabalho de Grasiella, um supermercado, em Águas Claras, para vigiá-la. Segundo o depoimento do acusado, no fim do expediente, às 16h, ela ligou avisando que atrasaria. Às 18h30, enviou uma mensagem na qual comunicava outro atraso. O acusado, então, continuou na saída do estabelecimento e, às 20h, soube que a mulher havia saído às 15h30. Ana Graziela ligou por volta das 21h dizendo que estava na frente de casa.
Na residência, Arismar tampou a boca de Grasiella com um pano e a estrangulou. Depois, passou na casa da sogra e disse que ele e a vítima viajariam no fim de semana. Arismar ligou dois dias depois para a família e avisou que Grasiella estava morta dentro de casa. O corpo foi encontrado na cozinha. ;Vamos trabalhar para que as duas qualificadoras passem, e a pena seja a maior possível. Ele não confessa que ela (Grasiella) queria separar, mas, diante da postura dele, desde o início, não há dúvida de que foi planejado. Ele vinha acompanhando os passos dela há alguns dias, pensou como agiria e, no processo, muitos elementos dão a entender isso;, argumenta o advogado da família de Grasiella.
A reportagem tentou contato com a defesa de Arismar, que será feita pela Defensoria Pública, mas não obteve retorno.
Terapia
A professora Daniela Oliveira da Silva, 35, irmã de Grasiella, acredita que a relação do casal não era saudável. ;Há muito tempo, ela queria se separar. Dizia que não dava mais conta. Eu desconfiava de que ele a agredia, mas ela não teve tempo de contar. Ele disse que houve traição, mas, independentemente disso, ele não tinha o direito de matar a minha irmã. Espero que ele fique preso bastante tempo;, lamenta. Se condenado, Arismar poderá pegar até 30 anos de prisão.
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