Cidades

Paralisações ganham adesão de metroviários; apenas 8 trens circulam

A população pode voltar do feriado com o transporte público comprometido. Professores devem continuar greve, enfermeiros montaram acampamento em frente à Secretaria de Saúde, servidores de DER e Detran permanecem de braços cruzados

postado em 03/11/2015 06:02

Representantes do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF montaram barracas em frente à Secretaria de Saúde para fazer pressão e tentar abrir novas negociações


Depois de quase um mês com diversas categorias do serviço público de braços cruzados, o Governo do DF divulgou ontem um comunicado à população em que pede ;bom senso; aos grevistas. A tônica do discurso é a falta de dinheiro ; o que impede, segundo o Executivo, o pagamento de reajustes salariais a 32 categorias. Mas o apelo não deu certo: 70% da frota da Companhia do Metropolitano (Metrô-DF) não devem rodar a partir de hoje e outras paralisações, como as dos professores, dos médicos e de autarquias de trânsito, continuam. Para pagá-los, porém, o Executivo alega precisar aprovar projetos na Câmara Legislativa, que segue com a pauta obstruída.

A fim de resolver o impasse com categorias que não aceitam dialogar, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) busca apoio político para abrir um novo canal de negociações com os sindicatos. (Leia mais na coluna Eixo Capital, na página 18). Várias categorias, no entanto, têm se colocado irredutíveis em suas reivindicações.

[SAIBAMAIS]A paralisação iniciada pelos metroviários hoje é fruto de decisão em assembleia realizada em 25 de outubro. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários do DF (SindMetrô-DF), a greve tem três motivações: o não pagamento do reajuste salarial de 8% à categoria, estipulado em abril; a não convocação dos aprovados no último concurso; e o suposto excesso de comissionados nos quadros da empresa. ;Faltam funcionários e isso causa vários problemas: existe uma sobrecarga de trabalho e o limite mínimo nas estações não é respeitado;, reclama o diretor do SindMetrô Webert da Costa. Um terço da frota ; oito trens ; continua a rodar. O presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, disse que está trabalhando para tentar evitar a paralisação no sistema.

Na saúde, a situação permanece complicada. O Sindicato dos Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do DF (Sindate-DF), há 25 dias de greve, continua sem acordo com o governo. A categoria montou ontem acampamento em frente à sede da Secretaria da Saúde, na Asa Norte. Hoje, às 9h, uma assembleia será realizada no local. O sindicato exige a redução da carga horária de 24 para 20 horas semanais. ;Se um profissional que trabalha 24 horas semanais, reduzir a carga para 20, vai continuar recebendo seu salário. A situação é complicada, a gente foi colocado em um bolo em que o governo fechou a porta para todo mundo;, disse. Os médicos também continuam paralisados. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF), Guthemberg Fialho, representantes sindicais ;visitarão vários hospitais para arrebanhar mais grevistas;.

Seguem o mesmo caminho as autarquias de trânsito. A paralisação do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) já entra em seu 26; dia, com adesão de 90% da categoria, de acordo com o Sindicato dos Servidores e Empregados da Administração Direta, Fundacional, das Autarquias, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista do DF (Sindser-DF). ;Serviços de fiscalização de trânsito e manutenção de vias estão parados. Com as chuvas, as estradas ficam muito prejudicadas. E a culpa é do governo;, atacou o presidente da entidade, André Luiz Conceição.

O Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) também continua parado. ;Exigimos o pagamento do reajuste de 5% do salário; das licenças; o retorno da data de pagamento para o dia 30; melhores condições de trabalho e de segurança; e resolução para problemas de infraestrutura;, listou o presidente do Sindicato dos Servidores do Detran (Sindetran-DF), Fábio Medeiros. A categoria fará nova assembleia para discutir os rumos da greve.

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