Uma recepcionista do Supremo Tribunal Federal (STF) morreu após sofrer um infarto agudo. Familiares e funcionários do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), que acompanharam o atendimento, afirmam que ela não resistiu por causa de falhas no atendimento, devido à falta de um equipamento para cateterismo. O caso aconteceu há uma semana, mas veio à tona somente ontem após integrantes da mais alta corte do país levarem a hipótese de pedir a abertura de uma investigação à Polícia Civil do DF.
Girlene Soares de Almeida, 44 anos, apresentou dores no peito e nas costas, além de dormência nos braços, no local de trabalho, por volta das 9h de 29 de outubro. Ela recebeu socorro da brigada do STF e ficou em observação no posto médico do tribunal. Como o caso se agravou, os profissionais de saúde da corte decidiram encaminhá-la ao HBDF. Ao chegar à maior unidade de saúdoe da capital, deu entrada na emergência cardiológica. No entanto, médicos alegaram que não poderiam fazer o procedimento necessário por falta do aparelho.
Diante do cenário, decidiram transferir Girlene para o Instituto de Cardiologia do DF (ICDF). Porém, ela morreu durante o traslado, após sofrer duas paradas cardíaca.
Monitoramento
A Secretaria de Saúde do DF nega qualquer falha. Por meio de nota oficial, a pasta afirma que a equipe de cardiologia realizou um eletrocardiograma na paciente, que constatou o infarto agudo do miocárdio anterior externo.
;Em seguida, foram feitos raios-X de tórax e trombólise química (medicação para conter o infarto), procedimento previsto no protocolo médico em casos como este. Durante todo o período em que ficou no HBDF, a paciente foi assistida e monitorada pela equipe médica de cardiologia;, ressalta o texto.
A Secretaria, contudo, não explicou o motivo da remoção de Girlene.
Já a família da paciente procura explicações para a morte repentina. Marido dela, o garçom Geraldo Rodrigues de Almeida, 49 anos, garante que a mulher nunca apresentou sinais de problemas cardíacos.
Geraldo conta que ela sofria de colesterol alto, tinha pedra nos rins e desgaste ósseo no quadril. ;Estou sem chão. A minha esperança é que falhas como a que aconteceram no atendimento dela não se repitam com mais ninguém. Ela era uma pessoa jovem, que poderia estar aqui, se isso não estivesse acontecido;, lamenta.
Assim como Girlene, Geraldo presta serviço do STF há oito anos. No início da semana, ele voltou do luto e tem servido café e água no 4; andar da Ala A da corte. O casal tem dois filhos.
Ministro inconformado
Fontes ligadas aos servidores que prestam serviço no gabinete do ministro Teori Zavascki contam que ele está inconformado com a morte da recepcionista. Girlene trabalhava com o magistrado desde 2012. ;Ele quer que algo seja feito. Não admite que o caso termine apenas com a morte dela (Girlene), sem uma explicação palpável;, garante um assessor, que preferiu não ser identificado. Antes, a recepcionista trabalhou com o ministro Cezar Peluso.
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