Cidades

"Pelo barulho da queda do jato, não tinha ninguém vivo" diz fazendeiro

Destroços do avião que levava dois executivos do Bradesco estão espalhados por todos os lados

Agência Estado
postado em 11/11/2015 13:25
Era por volta das 19 horas de terça-feira, 10, quando o barulho de explosão assustou quem estava na sede da Fazenda Chapadão, na zona rural de Guarda-Mor (MG). O jato Citation 7 do Bradesco caiu a dez quilômetros da casa onde estava Sérgio Junqueira Germano, 27 anos, filho da proprietária do terreno onde criam gado e plantam milho, soja, café e azeitonas. "Pelo barulho, já sabia que não tinha ninguém vivo", disse Germano que, assim com os funcionários, correu para ver o que tinha acontecido.

[SAIBAMAIS]No local do acidente, a cratera de cinco metros de profundidade por 12 metros de largura - segundo o Corpo de Bombeiros de Catalão (GO), que atendeu a ocorrência - ainda produz fumaça mais de 12 horas depois do acidente. O grande buraco formado pela queda e explosão da aeronave é circundado por mato queimado, rastro da gasolina que se espalhou e pegou fogo. A queda aconteceu cerca de 20 minutos depois que o jato deixou Brasília rumo a São Paulo com o tanque ainda cheio.

Destroços do avião estão espalhados por todos os lados. São pequenos pedaços de ferro e plástico retorcidos que não cabem no isolamento precário feito pela Polícia Militar para tentar preservar o local para a perícia do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que só chegou às 9 horas desta quarta-feira, 11.

"Ouvimos um estrondo imenso e saímos correndo. Estava pegando fogo no pasto. Apagamos o que deu com ramos. Nunca vi uma coisa dessas. Ficou todo mundo muito assustado", disse a dona de casa Laurinda Ferreira, 45, casada com um capataz da fazenda.



Para Sérgio Germano, o piloto pode ter tentado pousar na pista de 1.300 metros que existe na propriedade. Aviões pequenos são comumente utilizados pelos produtores rurais da região para se deslocar nos terrenos a mais de 30 quilômetros da sede do município. "Tem uma pista homologada aqui. Não sei se ele estava tentando seguir para a pista", disse o rapaz.

A PM recuperou documentos pertencentes a uma das vítimas, o presidente do Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Condurú de Oliveira - carteira de identidade, carteira de motorista, um cartão do MBA em uma faculdade privada de São Paulo, uma carteirinha de sócio do Flamengo e carteiras funcionais.

A bordo da aeronave também estavam o presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, e dois tripulantes, o piloto Ivan Morenilla Vallim, de 63 anos, e o copiloto Francisco Henrique Tofoli Pinto, de 33. O jato Citation 7, de matrícula PT-WQH, com capacidade para oito passageiros, decolou de Brasília às 18h39, em direção a São Paulo, mas sumiu dos radares do controle do tráfego aéreo às 19h04.

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