Caroline Pompeu - Especial para o Correio
postado em 16/11/2015 07:00
Homicídio de mulheres no Brasil, apresentado em 9 de novembro, revelou que as taxas de homicídios contra mulheres no Distrito Federal aumentaram 25,8%, de 2003 (62) a 2013 (78), colocando a região em 14; lugar entre as unidades da Federação. No Brasil, o estudo apontou um aumento de 21% na década, colocando o DF acima do índice nacional. A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) elaborou o levantamento.Uma dessas vítimas, Ana Grasiella Oliveira Montes, foi asfixiada até a morte pelo então companheiro em 2012. Ele não aceitava a separação e a perseguia. Neste mês, Arismar Brito Rodrigues acabou condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. A irmã da vítima, a professora Daniela Oliveira da Silva, contou que Ana Grasiella tinha medo de relatar as agressões à polícia. ;As mulheres sofrem violência porque não têm coragem de denunciar e, quando vão fazer a denúncia, a própria polícia não está preparada para receber. Falta auxílio, instrução e pessoas capacitadas para acompanhá-las. As mulheres têm de sair de casa e ir para bem longe. Não adianta ficar no mesmo ambiente do agressor;, afirma.
A professora titular de antropologia da Universidade de Brasília (UnB) Lia Zanotta Machado explica que, atualmente, as mulheres confiam mais em seus direitos. Mas, ainda assim, é grande a quantidade de homens violentos. Segundo ela, muitos agem como se ainda vivessem em épocas em que era comum castigar ou matar adúlteras. ;Muitos relutam a aceitar os direitos delas. Eles acreditam que têm o direito de posse e poder para corrigi-las. Muitos ainda têm o pensamento de que, se a mulher não é mais deles, se não consegue mais controlá-la, deve matá-la. Mas uma coisa é fato: elas estão menos caladas, menos obedientes. Quer denunciem ou não, elas reconhecem mais os seus direitos;, destacou.
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