Só neste ano houve pelo menos 35 vítimas de raios no Distrito Federal. Três delas morreram. O caso mais recente aconteceu no último domingo, quando o policial militar de Luziânia Hélio Cezario de Campos Filho, 43 anos, pescava no Lago Paranoá, perto da Ponte das Garças. ;Em tempo chuvoso, é preciso evitar o contato com áreas onde tenham água, como lagoas, rios e piscinas. Não deve esconder-se, jamais, embaixo de árvores. Em vez disso, procure um local seco e seguro, como dentro de um carro, com as janelas e as portas fechadas. Estando em casa, não pode haver ainda o contato com qualquer eletrodoméstico que esteja ligado à rede elétrica;, alerta o major Lourival Rosa Correia, do Corpo de Bombeiros (leia Fique atento).
Segundo o oficial, a descarga elétrica é capaz de alcançar quilômetros de distância. A água, por exemplo, é condutora; por isso, uma região de 5km ao redor é considerada insegura. Porém, nas áreas rurais, o perigo pode ser ainda maior. ;Em cercas, dependendo do tamanho da propriedade, o raio chega a uma distância de 10km, porque o arame é um excelente condutor;, explica.
Para o professor de engenharia elétrica do UniCeub Luciano Henrique Duque, o fato de Brasília ser uma cidade predominantemente plana se mostra um risco no período chuvoso. Isso porque quaisquer pontos elevados que estiverem sobre a superfície no momento da tempestade são alvos para os raios. ;Se ele tiver de cair, cairá no ponto mais alto. Se a pessoa está em pé, ela vira referência. Se estiver pescando, estará acima do lago. O mesmo acontece com as árvores, que estão elevadas em relação ao solo;, detalha. Se não houver nenhuma cobertura próxima, é importante, segundo Luciano, abaixar-se e permanecer imóvel. ;Esse período agora é crítico, quando se iniciam as precipitações. No Brasil, como um todo, a quantidade de raios tem aumentado a cada ano;, reforça Duque.
O Instituto Nacional de Meteorologia prevê que as chuvas devem continuar até fevereiro. É provável que se intensifiquem em dezembro e em janeiro.
Vítima
O PM Hélio Cezario recebeu a descarga elétrica à tarde. Ele pescava com os dois irmãos, Edson e Eliane. Segundo ela, choveu mais cedo, e os pescadores saíram do Lago Paranoá. Quando o temporal cessou, retornaram, mas Eliane percebeu a aproximação de uma nuvem escura e deixou o local. Ela tentou chamar os irmãos para saírem dali, mas, antes que pudessem acompanhá-la, o raio os atingiu. ;Ele (Hélio) estava recolhendo peixe para sair. Enquanto isso, dirigi-me ao carro. Quando cheguei, só escutei um barulho, olhei pra trás e não vi nenhum dos dois;, lamenta.
O corpo do PM afundou no espelho d;água. ;Os meus sobrinhos pularam no lago procurando. Quando encontraram, trouxeram pra cima e nós fizemos respiração boca a boca até os bombeiros chegarem;, relata. Hélio, com queimaduras no ombro e no peito, teve uma parada cardiorrespiratória. Chegou a ser encaminhado ao Hospital de Base do DF, mas morreu. Edson apresentou dormência nas mãos e no rosto. O velório ocorreu ontem, na casa da vítima, no Jardim Ingá, com uma homenagem da Polícia Militar de Goiás. O enterro será em Patos de Minas, no mesmo cemitério onde está enterrado o pai dele.
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