Seis números certos e R$ 130 milhões na conta. Como nenhum apostador levou o último sorteio da Mega-Sena, no sábado passado, a bolada acumulou e encheu ainda mais os olhos dos brasilienses. As lotéricas estavam disputadas. Os moradores da capital ainda contam com uma sorte extra. Ao que tudo indica, a cidade de Juscelino Kubitschek tem pé quente. Dos seis maiores prêmios da Mega na história, em três, os ganhadores eram da capital — 2009, 2011 e 2014.
Há três semanas, a bancária Leila Bruginsky, 47 anos, não deixa de fazer um jogo na lotérica do Sudoeste, onde mora. Na tarde de ontem, além do bilhete individual, levou o bolão dos amigos do trabalho. “Costumo apostar quando acumula ou na Mega da Virada — momentos em que acho que tenho mais sorte”, explica. Para Leila, nessas horas, o otimismo é imprescindível. “Minhas intuições ainda não deram certo, mas, desta vez, estou confiante”, brinca.
Se vencer, a bancária terá que honrar um acordo feito com a família antes mesmo de pensar no destino da bolada. O combinado é o seguinte: quem ganhar terá que dar R$ 3 milhões para cada um dos quatro irmãos antes de gastar o resto do dinheiro. “Depois disso, acho que faria um cruzeiro pelas ilhas do Pacífico”, planeja Leila. Além disso, a bancária não esconde a vontade de realizar um sonho antigo, que é morar na praia. “Eu compraria uma dessas casas em Florianópolis para me aposentar e viver lá.”
Entre os apostadores, há gente de todos os perfis. O aposentado Paulo Pascotini, 56, tem um lado mais estrategista. Há 15 anos, participa de sorteios com os mesmos números, utilizando inclusive as dezenas que o pai usava. “Só jogo quando o prêmio está acima de R$ 5 milhões para não gastar a minha sorte à toa”, diz. Todo mês, desembolsa, em média, R$ 700 com bilhetes nas lotéricas. Ele se considera um sortudo e não participa de bolões para não dividir a chance com os outros. Paulo levou a Quina e a Loteria Esportiva, uma vez cada uma delas. “Se ganhasse dessa vez, escolheria uma boa aplicação e compraria alguns imóveis”, planeja. A notícia da vitória, segundo ele, ficaria apenas entre a família.
Caso se torne milionário, o dentista Helder Shany, 53, não largará o trabalho. Pelo contrário, um dos projetos seria abrir um consultório popular para atender pessoas carentes. “Diminuiria a carga de trabalho, mas amo o que faço, não abandonaria. Até para não alarmar as pessoas e manter a minha liberdade”, conta. Realizar o sonho das filhas também está na lista de gastos com o possível dinheiro da Mega-Sena. “Daria um intercâmbio para as duas que não tiveram essa oportunidade, e mandaria as quatro para a Coreia, já que elas gostam muito.”
No repertório de desejos de Helder ainda tem um iate, um cruzeiro para conhecer o Egito e a compra de imóveis e de uma fazenda. Para alcançar o tão desejado prêmio, o dentista conta com a tradição do avô. “Ele era fanático. Sempre me levava quando ia fazer as apostas. Apesar disso, nunca ganhou”, relembra. Helder, por outro lado, já levou uma quadra. “Repito alguns números no mesmo jogo: data de casamento, formatura e nascimento”, revela um dos segredos.
O sorteio dos R$ 130 milhões será hoje, às 20h, em Santo Anastásio (SP). O valor, acumulado há quase um mês, pode fazer do concurso 1.762 o segundo maior prêmio entre os sorteios regulares da modalidade. O maior, tirando os da Mega da Virada, foi de R$ 135 milhões, há cerca de um ano. A última vez que alguém acertou em cheio as seis dezenas e deixou muita gente com inveja foi em 21 de outubro deste ano. O sortudo, mais uma vez, saiu do Distrito Federal e levou sozinho R$ 47 milhões. Desde então, em nenhum dos oito sorteios, ninguém ganhou na faixa principal.
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