postado em 19/11/2015 15:23
O projeto de lei aprovado na Comissão de Orçamento da Câmara Legislativa, que proíbe a presença de passageiros em pé em ônibus do transporte público do Distrito Federal, se tornou alvo de críticas e piadas tanto na internet quanto entre os usuários do transporte.A proposta, do deputado distrital Bispo Renato (PR), prevê multa para a empresa concessionária que for flagrada com algum passageiro em pé dentro dos ônibus e vale para todos as linhas do transporte urbano que circulam no DF. No mesmo momento em que a notícia foi publicada no site do Correio Braziliense, os internautas dispararam comentários alegando que, caso aprovada, a lei inviabilizaria o transporte no Distrito Federal. ;Duvido ter ônibus suficiente para a população, especialmente nos horários de pico;, comentou um leitor nas redes sociais do jornal. ;Já não tem ônibus suficiente. Agora, vamos ficar, em vez de espremidos, abandonados nas paradas; salve-se quem puder;, desabafou outro.
Nas paradas de ônibus, a reação não foi muito diferente. Para Matheus Ferreira, 27 anos, a proibição seria negativa para a população. ;Seria conveniente ir sentado sempre, mas eu precisaria esperar outra condução, enquanto posso ir mais cedo e em pé tranquilamente;, argumenta o rapaz, que mora em Valparaíso e trabalha no SIA. Por causa dos poucos ônibus que circulam, e muitas vezes lotados, Matheus relata que voltar para casa sentado é um desafio, e chega a pegar um ônibus extra para o SIG só para conseguir voltar para casa sentado.
Da mesma forma, Sheila Oliveira, 34 anos, sofre com os ônibus lotados. Ela concorda que a mudança necessitaria de ônibus extras circulando, pois a frota atual não contempla a demanda de pessoas. Sheila mora no Guará e vai todos os dias para o Plano Piloto fazer faculdade de administração.
De acordo com o deputado Bispo Renato, o projeto surgiu de sugestões e reclamações das pessoas insatisfeitas com os veículos lotados. Ele conta que, na Comissão de Orçamento, foi discutido apenas o impacto financeiro e diz que ainda há tempo para fazer adequações. Ele adiantou ainda que convocará uma audiência pública antes de levar o projeto a plenário. A proposta do deputado é que a proibição passe a valer a partir de 2019.