postado em 19/11/2015 15:30
Mesmo com a decisão da Justiça para reintegração de posse do Hotel Torre Palace, integrantes do Movimento Resistência Popular (MPR) permanecem no local. O prazo para cumprimento da liminar finalizou nesta quarta-feira (18/11). Os ocupantes afirmam que não vão sair do prédio até que as reivindicações sejam atendidas.
O juiz Caio Brucoli pediu o recolhimento temporário do mandado de reintegração de posse até que sejam enviados documentos que comprovem a legitimidade dos representantes do imóvel. A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que, uma petição encaminhada pelos proprietários e anexada aos processos. Os registros estão disponíveis para apreciação do magistrado.
A reintegração de posse deveria ser colocada em prática após um planejamento prévio da Polícia Militar, para realocação dos ocupantes, o que, conforme adiantado ao Correio, ainda não ocorreu. Mesmo assim, a Justiça pode acionar novamente a corporação para que ela coloque o plano em prática.
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Em 23 de outubro, cerca de 120 integrantes do MRP invadiram o prédio. No dia 28 de outubro, representantes do hotel entraram com ação de reintegração e manutenção de posse, argumentando que o estabelecimento "havia sido invadido clandestinamente" pelos integrantes do MRP. Com a liminar, a multa estabelecida é de R$ 10 mil por dia de descumprimento.
O Movimento estima que cerca de 300 famílias estão na ocupação. O MPR reivindica lotes para construções de moradias no Distrito Federal. As famílias alegam não terem sidos notificadas e afirmam que não vão sair do local até que o Governo negocie os pedidos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Casa Civil do Distrito Federal informou que tem mantido o diálogo aberto com os movimentos sociais e que não compactua com invasões, seja em área pública ou particular. "Mesmo se tratando de uma decisão judicial, o GDF vem intermediando uma negociação com o movimento e busca solucionar a questão de forma pacífica;, detalhou, em nota.
Memória
As invasões ao antigo Torre Palace Hotel começaram em agosto de 2014, quando o espaço foi alvo de disputa judicial entre herdeiros do imóvel. Moradores de rua dividiam espaço com usuários de droga.
Em 23 de outubro, cerca de 120 integrantes do MRP invadiram o prédio. O grupo é o mesmo que ocupou o St. Peter Hotel e também se instalou no Clube Primavera, em Taguatinga. Todos os 13 andares do hotel foram ocupados. Além dos integrantes do grupo, cerca de 30 pessoas habitavam o local antes.
No prédio não há água, energia elétrica ou mobiliário. Parte da estrutura, como as janelas e elevadores, foram retiradas pelos proprietários do imóvel.