Dois dias depois de assinar parceria para sediar 10 partidas de futebol nas Olimpíadas Rio 2016, o Governo do Distrito Federal (GDF) fechou quase todos os Centros de Atendimento ao Turista (CATs). Eram nove pontos até esta semana, agora são apenas três. Ficaram somente os da Praça dos Três Poderes, o do aeroporto e o do Centro de Convenções. Ao público e aos setores de comércio, hotéis e turismo da capital restam a reclamação de um serviço ineficiente e, a partir de agora, quase inexistente.
O objetivo dos CATs é distribuir dicas sobre os atrativos da cidade, oferecer sugestões de locais para visitar, roteiros turísticos e esclarecer as dúvidas dos visitantes. Servem como ponto de ajuda, por exemplo, para achar números de telefones, endereços de hotéis, locais para fazer compras e para passear. Os que ficaram abertos continuam funcionando das 9h às 17h. Assim como ocorreu com a Copa do Mundo no ano passado, quando argentinos, colombianos, africanos e brasileiros de todos os cantos do Brasil lotaram a capital, Brasília entrará novamente na mira de turistas de todo o mundo de 4 a 12 de agosto. Nesse período, são esperados 400 mil espectadores para as partidas de futebol ; sete masculinas e três femininas ;, no Mané Garrincha.
Ontem, a reportagem percorreu os CATs. No Setor Hoteleiro Sul, o ponto já estava fechado. O da Rodoviária do Plano Piloto também. Tinha apenas um balcão de informações gerais. Maria Rodrigues, 70 anos, é de Fortaleza e veio passear na cidade. Sentiu falta de uma orientação. ;Seria muito bom se estivesse funcionando. Principalmente para nós, idosos, que precisamos de ajuda para andar na cidade. Sentimos falta da informação e de um funcionário para nos atender;, reclamou. No ponto do Aeroporto Internacional de Brasília, o serviço estava normal. Um funcionário afirmou que o centro tem demanda de turistas todos os dias. Segundo a Secretaria de Turismo do DF, Jaime Recena, apenas quatro CATs estavam funcionando no início do governo. ;Não fechamos seis. Já estavam fechados no governo anterior. O que fizemos foi encerrar uma unidade do aeroporto, pois tinham duas e não se justificava um gasto a mais.;
Reação
Sem apoio, a tendência, para representantes do setor, é que o número de visitantes diminua em Brasília. ;A rede de hotelaria, restaurantes e bares está diretamente ligada ao turismo. A notícia para nós é péssima. O que estamos vendo é um sintoma da falta de prestígio do setor com o governo. E isso tudo está ao contrário do que foi planejado e prometido pelo governador;, criticou o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes do DF (Sindhobar), Jael da Silva. Segundo ele, o ideal era ter melhorado os CATs, investido no serviço e ampliado o número. ;Até porque, quando chegávamos em um ponto, nunca tinha material, nada. É uma capacidade enorme de não divulgar Brasília.; Dados do Sindhobar revelam que a expectativa de faturamento da rede hoteleira para 2015 está abaixo da de 2014, quando foi registrado mais de 50% da ocupação. A previsão é de que este ano essa taxa não ultrapasse os 45%.
Para o presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), Adelmir Santana, a medida vem para divergir do sentimento de todo o setor produtivo do DF. ;Já não era um trabalho benfeito. Tinha pouca informação, mas o fechamento é desestimulante. Nossa cidade foi bem vendida durante a Copa do Mundo e deveríamos ter criado mecanismos para acelerar isso;, comentou Adelmir. ;Temos conversado com entidades do setor turístico para que disponibilizem material de informação e o próprio governo já está preparando mais material, tendo em vista os jogos olímpicos;, afirmou Jaime Recena. Parte do novo material deve ficar pronto no início de 2016.
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