A tecnologia da informação é a principal responsável pela velocidade quase instantânea da comunicação. Em Brasília, porém, o Parque Tecnológico Capital Digital, idealizado há quase 15 anos, ainda não saiu do papel. O processo de criação de uma espécie de Vale do Silício do DF data de 2001, na gestão do governador Joaquim Roriz, passou por José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, além dos mandatos interinos nesse tempo. Sem sucesso. Com Rodrigo Rollemberg (PSB), o parque integra a lista de locais prioritários nas parcerias público-privadas (PPPs). A demora no processo causa ceticismo entre empresários da área quanto à realização do projeto, mas representantes da área veem como um avanço a sinalização do socialista de transferir à iniciativa privada a responsabilidade por modernizar a área.
Toda a ambição do projeto pode ser resumida em uma frase: promover a mudança da matriz econômica do Distrito Federal. Brasília depende da remuneração do servidor público e dos repasses do Fundo Constitucional do DF, feitos pelo governo federal. A ideia é trazer empresas nacionais e internacionais de TI para a cidade, aglomerá-las em um terreno de 123 hectares situado na região do Torto e transformar a capital em um polo tecnológico.
A PPP serviria para deixar a administração do lugar sob a iniciativa privada ; que arcaria com a infraestrutura, como, por exemplo, a construção de estacionamentos e a disponibilização de internet de alta velocidade. O terreno continua a ser propriedade da Terracap, mas seria emprestado por cerca de 30 anos.
Empresários e sindicalistas do setor almejam trazer empresas do porte de Microsoft e Google para a capital federal. Até o momento, porém, apenas dois centros de processamento de dados, um do Banco do Brasil e outro, da Caixa Econômica Federal, funcionam no local. A demora em fazer o negócio sair no papel se deve ao fato de ;o urgente sempre ficar à frente do importante;, na visão do presidente da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro), Jeovani Salomão. ;Os governos do DF dão prioridade a problemas pontuais, sem pensar em planejamento;, afirma. No caso de Rollemberg, cita o combate às greves e a corrida por arrecadação para garantir os reajustes salariais a 32 categorias, concedidos na gestão passada.
Jeovani lembra que, durante o mandato de Agnelo Queiroz (PT), um edital chegou a sair, mas o modelo só atraiu um consórcio ; que não atendia aos requisitos ; e foi cancelado. Uma das principais razões para o negócio não ter prosperado na época do petista no Palácio do Buriti foi o fato de o GDF ter colocado a Terracap como sócia. O especialista defende o modelo de concessão para a PPP de Rollemberg para dar ;maior liberdade ao empreendedor;. ;Os empresários do setor nem acreditam mais que um dia possa sair do papel, mas um projeto como o Parque Tecnológico Capital Digital tem o potencial de mudar a matriz econômica do DF e o governador sabe disso;, diz.
Apesar do discurso positivo em torno do local, o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo do DF, Arthur Bernardes, afirma que o GDF ainda não recebeu ;nenhuma proposta formal; para o parque. Para o chefe da pasta, o prazo ainda está no início ; são 60 dias a partir de 11 de novembro, data em que as regras foram publicadas no Diário Oficial do DF ;, mas garante que o lugar será para o setor produtivo. ;O GDF reconhece que a iniciativa privada tem mais conhecimento de como gerir o parque. O tema é discutido há mais de 15 anos, mas só funcionam data centers de bancos por lá. A ideia é transformar aquela área, que é muito nobre, em um grande polo tecnológico ; e com a PPP damos liberdade aos empresários;, explica.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique