"#MeuAmigoSecreto hoje é o Cunha. Hoje e todos os dias, até ele cair." Esse é o relato da assistente social Guaia Monteiro Siqueira, de 27 anos, uma das manifestantes que protestou contra a PL 5069 e contra o autor da proposta, Eduardo Cunha, na Rodoviária do Plano Piloto, na tarde desta quarta-feira (25/11). No Dia Mundial de Combate à Violência contra as Mulheres, elas reivindicaram pela saída do parlamentar do governo, pela legalização do aborto e por mais direitos para as mulheres.
Durante o ato, as manifestantes cantaram hinos contra o machismo e contra a parte conservadora do Congresso: ;O Estado é laico, não dá pra ser machista. O corpo é nosso, não da bancada moralista. As mulheres estão na rua por libertação. Lugar de estuprador não pode ser na certidão". Se a PL entrar em vigor, a Lei de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual será alterada. A mulher, vítima de violência sexual, deverá procurar pela polícia e passar por um exame de corpo e delito antes de receber qualquer tratamento do sistema público de saúde.
A hashtag
Contra o machismo, mulheres de todos os cantos do Brasil aproveitaram o fim de ano, a época da tradicional brincadeira do Amigo Oculto, para denunciar pessoas de seus convívios sociais que têm comportamento preconceituoso. Pela tag #meuamigosecreto, elas se uniram nas redes sociais para relatar casos de discriminação, racismo e homofobia.
Veja os relatos abaixo:
"#MeuAmigoSecreto são todos aqueles homens que compartilharam as hashtags e criaram festas de temáticas em respeito ;às minas;, mas não vêm protestar nas ruas. Eles compartilham nossa causa na internet e em rodas de amigos se mostram libertários, contudo, na privacidade deles, são supermachistas. Eles criticam nossa briga e nossas hashtags nos grupos de amigos que só têm homens." - Clementina Bagno, 27 anos
"#MeuAmigoSecreto está dentro do movimento feminista e se diz apoiador da luta das mulheres, mas está sempre cortando a fala delas e querendo explicar tudo pausadamente, como se a gente não fosse capaz de entender." - Maria Angélica Lima, 19 anos, estudante
"#MeuAmigoSecreto é meu professor e acha que só porque ele está em uma posição de autoridade pode ficar assediando as alunas." - Luana Pereira, 20 anos, estudante
"MeuAmigoSecreto é um homem da minha idade que se diz defensor dos direitos das mulheres e se coloca como aliado em todas as lutas - e até estuda muito essa questão da desigualdade de gênero - mas, na casa dele, a coisa é bastante diferente. É a mulher dele a grande responsável pelo cuidado dos filhos. Ele tem uma carreira profissional de sucesso, mas a mulher dele, com todas as responsabilidades que tem que assumir, tem uma carreira profissional bastante limitada. Ele tem um discurso forte, mas na vida esse discurso não se valida." - Guacira César de Oliveira, 56 anos, socióloga
"Nosso amigo secreto tem nível superior, é de esquerda e agrediu sua ex-mulher." - Elylia Guedes, 63 anos, e a sobrinha, Marina Guedes, 36