Nathália deu entrada no hospital na segunda-feira, com dores de garganta e na cabeça, segundo relatos de amigos. Supostamente, ela teria sido diagnosticada com uma virose e voltou para casa. Ontem, após um mal-estar, procurou, novamente, a unidade médica. Os profissionais, após analisarem o quadro clínico, a internaram com urgência. A prioridade, agora, é investigar a origem da doença e apurar se alguém que teve contato com a jovem sofreu contaminação.
Ela havia sido aprovada em medicina, em novembro, no vestibular da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Minas Gerais. Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte. ;Um choque para todos nós. Fico muito triste com essa notícia. Espero que a família possa encontrar conforto e forças para superar;, escreveu o internauta Rafael Pontes. ;Que Deus ilumine o seu caminho. Que o nosso Pai lá de cima possa confortar o coração de toda a família por essa perda tão grande e tão triste;, compartilhou em um perfil na internet Eder Souza.
Casos
No Distrito Federal, a doença havia atacado, neste ano, apenas crianças menores de 1 ano. Seis delas apresentaram a forma mais grave, a meningocócica. Com o caso de Nathália, foi a quinta morte em 2015. Apesar de a maior parcela dos casos não ter especificação do tipo de contágio, o Boletim Epidemiológico de Doenças Imunopreveníveis emitido pelo governo revela que, nos últimos anos, houve redução da variação mais letal. Segundo a Secretaria de Saúde, pelo menos nos últimos 10 anos, não houve surto. ;A situação está sob controle;, informou a pasta, por meio de nota.
Em 29 de outubro, o Correio denunciou a falta de vacinas nas redes pública e particular do DF. Entre as baixas, estava a pentavalente, a hexavalente e a meningo B, que protegem da meningite e outras infecções. Na época, a justificativa seriam problemas na fabricação por falta do princípio ativo. O Executivo local assegura o abastecimento atual da rede. ;Há vacinas em quantidade suficiente para atender a toda a demanda da rede;, concluiu o texto.
Em nota, o Hospital de Brasília garantiu que notificou os órgãos de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde. "Com o resultado das culturas que confirmaram ser meningite e infecção generalizada pela bactéria denominada meningococo, os órgãos foram novamente notificados", afirma o comunicado. A unidade médica não divulgou detalhes do atendimento de Nathália. "Em respeito à família, o Hospital Brasília não abordará o caso."
Grave
A infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula) pode ser provocada por vírus, mas a forma mais comum de meningite é a causada pela bactéria meningococo. Os sintomas iniciais são: febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos músculos da nuca. O doente não consegue encostar o queixo no peito e deve ser hospitalizado imediatamente, sendo submetido a tratamento por antibióticos, pois a doença é fatal. Como é transmitida por espirro, tosse ou fala, é importante a notificação.