Cidades

Em oito anos, DF registrou 47 casos de meningite; o último no Lago Sul

Nathália Romeiro Salomão, 19 anos, estava internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília

Otávio Augusto
postado em 04/12/2015 15:13
Entre 2007 e 2015, o Boletim Epidemiológico de Doenças Imunopreveníveis do GDF registrou 47 casos. No ano passado, foram 13 notificações e seis óbitos. O mais recente caso é o de uma jovem de 19 anos que morreu vítima de doença meningocócica, uma das formas mais graves da doença. Nathália Romeiro Salomão estava internada na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Brasília, no Lago Sul. Amostras de sangue serão analisadas pelo Laboratório Central da Secretaria de Saúde para identificar o tipo do micro-organismo que causou a infecção aguda. No primeiro semestre, houve a confirmação de seis casos da doença e três mortes, segundo a Secretaria de Saúde.

Nathália Romeiro Salomão contraiu forma agressiva da doença


Nathália deu entrada no hospital na segunda-feira, com dores de garganta e na cabeça, segundo relatos de amigos. Supostamente, ela teria sido diagnosticada com uma virose e voltou para casa. Ontem, após um mal-estar, procurou, novamente, a unidade médica. Os profissionais, após analisarem o quadro clínico, a internaram com urgência. A prioridade, agora, é investigar a origem da doença e apurar se alguém que teve contato com a jovem sofreu contaminação.

Ela havia sido aprovada em medicina, em novembro, no vestibular da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Minas Gerais. Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte. ;Um choque para todos nós. Fico muito triste com essa notícia. Espero que a família possa encontrar conforto e forças para superar;, escreveu o internauta Rafael Pontes. ;Que Deus ilumine o seu caminho. Que o nosso Pai lá de cima possa confortar o coração de toda a família por essa perda tão grande e tão triste;, compartilhou em um perfil na internet Eder Souza.

Casos
No Distrito Federal, a doença havia atacado, neste ano, apenas crianças menores de 1 ano. Seis delas apresentaram a forma mais grave, a meningocócica. Com o caso de Nathália, foi a quinta morte em 2015. Apesar de a maior parcela dos casos não ter especificação do tipo de contágio, o Boletim Epidemiológico de Doenças Imunopreveníveis emitido pelo governo revela que, nos últimos anos, houve redução da variação mais letal. Segundo a Secretaria de Saúde, pelo menos nos últimos 10 anos, não houve surto. ;A situação está sob controle;, informou a pasta, por meio de nota.

Em 29 de outubro, o Correio denunciou a falta de vacinas nas redes pública e particular do DF. Entre as baixas, estava a pentavalente, a hexavalente e a meningo B, que protegem da meningite e outras infecções. Na época, a justificativa seriam problemas na fabricação por falta do princípio ativo. O Executivo local assegura o abastecimento atual da rede. ;Há vacinas em quantidade suficiente para atender a toda a demanda da rede;, concluiu o texto.

Em nota, o Hospital de Brasília garantiu que notificou os órgãos de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde. "Com o resultado das culturas que confirmaram ser meningite e infecção generalizada pela bactéria denominada meningococo, os órgãos foram novamente notificados", afirma o comunicado. A unidade médica não divulgou detalhes do atendimento de Nathália. "Em respeito à família, o Hospital Brasília não abordará o caso."

Grave
A infecção das meninges (membranas que envolvem o cérebro e a medula) pode ser provocada por vírus, mas a forma mais comum de meningite é a causada pela bactéria meningococo. Os sintomas iniciais são: febre alta, náuseas, vômitos e rigidez dos músculos da nuca. O doente não consegue encostar o queixo no peito e deve ser hospitalizado imediatamente, sendo submetido a tratamento por antibióticos, pois a doença é fatal. Como é transmitida por espirro, tosse ou fala, é importante a notificação.

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