Otávio Augusto
postado em 05/12/2015 08:10
As mazelas na saúde obrigaram pelo menos 18 unidades da federação a transferir a administração de hospitais públicos para as organizações sociais (OS). Em 2016, Brasília pretende entrar na rota desse parâmetro de gestão. O Executivo local realizou ontem a terceira visita a Goiás para conhecer o modelo. Dessa vez, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) comandou os trabalhos. A intenção dele é acabar com o desabastecimento, ampliar os atendimentos, reduzir o sucateamento e modernizar a estrutura no DF. O governo realizou dois chamamentos públicos, para que as empresas interessadas apresentem as propostas. Na Casa Civil, a equipe de governança analisa documentos de 20 empresas que enviaram propostas pedindo para serem credenciadas como possíveis parceiras. Contudo, o GDF vai modificar o decreto que regula a intervenção.
O modelo a ser implantado aqui deve ser o mesmo de Goiás, onde o sistema funciona há 13 anos e divide opiniões. Na primeira visita, em março, a pasta estava sob o comando do ex-secretário João Batista de Souza. Na segunda, em outubro, o secretário Fábio Gondim, conheceu estruturas e analisou relatórios de rendimento dos serviços médico-hospitalares. João Batista conheceu três hospitais na capital goiana. ;Existem muitos entraves na fiscalização. Os dados não são claros e muitas vezes não refletem a realidade vivida pelas pessoas que buscam atendimento;, explica.
Rollemberg defende o aperfeiçoamento do modelo de fiscalização do estado, além de um bom contrato de gestão. ;É fundamental para melhorar o modelo de assistência à saúde, sem que isso signifique retirar direitos do servidor. É uma forma de ampliar a rede de prestação de serviços à população;, garante. Ontem, o chefe do Buriti visitiou o Hospital de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira e o Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, ambos em Goiânia.
Críticas
O Conselho de Saúde, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), a Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, sindicatos de classe, o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde (Cebes) manifestaram contrariedade ao modelo de gestão. ;A experiência que temos é de aumento de gastos e descontrole da oferta nos estados que adotaram. O que o governo deveria fazer é aumentar o nível de assistência primária, uma vez que no DF esse índice é o pior do Brasil;, acrescenta a diretora nacional do Cebes, Grazielle Custódio.
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